Turistas vão processar responsáveis por hospedagem onde câmera espiã foi achada, diz advogado; veja o que se sabe

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Equipamento espião estava em tomada virada para cama do casal na praia de Muro Alto, em Porto de Galinhas, no Litoral Sul de Pernambuco. Polícia investiga quem foi o responsável pela instalação da câmera. Tomada escondia câmera de gravação de imagens em quarto de resort em Porto de Galinhas
Reprodução/WhatsApp
Os turistas que encontraram uma câmera espiã escondida na tomada de um quarto no flat em que estavam hospedados pretendem processar os responsáveis pela hospedagem onde o equipamento foi achado, de acordo com o advogado que representa o casal. O apartamento fica na Praia de Muro Alto, em Porto de Galinhas, no município de Ipojuca, Litoral Sul de Pernambuco. A câmera estava camuflada embaixo da TV.
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De acordo com o advogado do casal de turistas, Roque Henrique Campos, uma ação civil será aberta na Justiça em São Paulo, local onde os turistas moram e a partir de onde foi feita a reserva. Além disso, segundo ele, após a conclusão de inquérito da Polícia Civil, uma ação criminal também será proposta.
Ainda segundo o advogado, as medidas a serem tomadas vão envolver todos os agentes que estiveram inclusos na negociação direta da contratação dos serviços.
A câmera estava em frente à cama de um dos quartos de um flat no OKA Beach Residence. A hospedagem foi reservada por meio do site Booking. O casal, que pediu para não ser identificado, estava viajando com duas amigas. Eles ficaram em um dos flats e as amigas, em outro.
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Entenda, abaixo, como aconteceu o caso:
Como a câmera foi descoberta?
O que o casal fez após a descoberta?
Como o caso será investigado?
Os proprietários do flat serão responsabilizados?
O que dizem as empresas envolvidas?
Como a câmera foi descoberta?
O advogado contou ao g1 que tudo começou no final da tarde da terça-feira (16), quando a esposa ouviu um barulho próximo da televisão. Ela encontrou o que parecia ser um receptor de tomada, de onde vinha o barulho, mas não conseguia colocar nenhum carregador no local. Ao examinar com a lanterna do celular, percebeu que se tratava de uma câmera.
A esposa, então, chamou o marido, que pesquisou uma foto do aparelho na internet e descobriu que se tratava de um modelo de câmera espiã.
O que o casal fez após a descoberta?
De acordo com o advogado, o casal comunicou a descoberta do equipamento imediatamente à Carpe Diem, empresa que gerencia o resort, que pediu a um funcionário para ir ao flat fazer imagens do objeto.
Em seguida, uma das amigas que viajavam com o casal consultou uma advogada, que orientou os turistas a registrarem um boletim de ocorrência. A denúncia foi formalizada na Delegacia da 43ª Circunscrição, em Porto de Galinhas, na noite do mesmo dia.
Como o caso será investigado?
O delegado Ney Luiz, que investiga o caso, informou que a ocorrência é investigada como crime de “registro não autorizado de intimidade sexual”.
Isso é definido pelo Código Penal Brasileiro como “produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes”. A pena prevista é de prisão de seis meses a um ano, além de multa.
Os proprietários do flat serão responsabilizados?
Segundo o delegado Ney Luiz, a princípio, não há indícios de envolvimento dos donos do flat na instalação da câmera. Entretanto, a Polícia Civil ainda vai investigar o caso.
O que dizem as empresas envolvidas?
Por meio de nota, a Booking informou que o flat foi suspenso da plataforma para analisar o caso e se pôs à disposição das autoridades. A empresa informou que lamenta o ocorrido e que “esta não é uma experiência que queremos para nenhum dos nossos clientes e esperamos mais dos nossos parceiros de acomodação”.
O g1 tentou, mas não conseguiu contato com o OKA Beach Residence. Entretanto, nas redes sociais, a empresa disse que é um condomínio residencial e não um hotel, e que a instalação de câmera oculta em unidades privativas para locação “é um ato criminoso que repudiamos veementemente”.
“O OKA Beach Residence é um condomínio residencial e que não exerce atividade hoteleira. As locações que ocorrem neste condomínio residencial são realizadas diretamente entre inquilinos e proprietários destas unidades”, afirmou.
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