Caso consiga chegar à Prefeitura, Carlos Eduardo vai cumprir com o casal Calado?

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Como a coluna Opinião adiantou, a filiação do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves foi sem festa. “Sou um social democrata, um homem público que tem convicção de que o Estado é indutor do desenvolvimento em parceria com a iniciativa privada. Chego ao partido para somar. O PSD é uma grande legenda do Brasil. Tem expressivas lideranças no senado, na Câmara Federal. Tem o destaque da luta da nossa senadora Zenaide, que tem feito um trabalho que nos orgulha pela sua atuação permanente, pelo seu espírito público e pelos serviços prestados ao Rio Grande do Norte e Brasil”, discursou aos presentes, que não somavam 50 pessoas.

A grande pergunta na capital potiguar, depois da repercussão da filiação, é: em 2026, uma vez eleito prefeito de Natal, Carlos Eduardo cumpriria seu compromisso com a senadora Zenaide Maia? Em 2012, o mesmo Carlos Eduardo recebeu o apoio do então vice-governador Robinson Faria, no mesmo PSD, e em 2014 mudou de ideia e foi para o palanque contra o PSD. Na época, Carlos apoiou o primo Henrique Alves (MDB), que tinha ajudado Hermano Morais a tentar derrotar o hoje ex-prefeito.

A palavra de Carlos Eduardo em política também já foi decepção para a própria família Alves. Em 2000, Carlos era deputado estadual pelo MDB. O então governador Garibaldi Filho e Henrique Alves colocaram Carlos como vice na chapa da então prefeita Wilma de Faria (PSB), para “prendê-la”, de modo que ela não fosse candidata ao Governo em 2022. Resultado? Depois de um ano e meio, Carlos saiu do MDB, assinou a ficha do PSB e encorajou Wilma contra os Alves. Até o então prefeito de Parnamirim, Agnelo Alves, pai de Carlos, foi para o lado de Wilma.

FUTURO
O prefeito Álvaro Dias joga com três possibilidades para 2024: apoiar o nome de Rafael Motta (PSD), o de Paulinho Freire (União Brasil) ou tentar alavancar o secretário Irapoã Nóbrega (Sensur) como candidato a prefeito. E ainda nos bastidores dá esperanças a Carlos Eduardo para uma composição. Na última hipótese, Álvaro indicaria o vice da deputada Natália Bonavides (PT), de olho na liberação dos recursos que estão hoje presos no Governo Lula.

ESPAÇO
Depois que foi comunicado que não assumirá mais a superintendência da Codevasf no Rio Grande do Norte, o ex-prefeito Ivan Júnior (Assu) busca um espaço nos gabinetes dos parlamentares do União Brasil. Ao ex-senador José Agripino, foi cobrado um. Ele terá que conversar com os deputados eleitos pelo partido. Ivan alega que contribuiu com 20 mil votos de sua esposa, Dra. Vanessa, para deputada federal.

OLHA PARA O CÉU
O prefeito Álvaro Dias não perde tempo. Nesta manhã, lança o São João de Natal 2023, e promete ser o maior da história na capital. No Hotel Barreira Roxa, anuncia a programação que vai reunir grandes shows musicais, arraiás de rua em todas as regiões da cidade, festival de quadrilhas, concursos e festival gastronômico. A programação vai até o início de julho reunindo 36 shows musicais nacionais e regionais, 35 quadrilhas juninas e 40 arraiás de rua.

PSD
O vereador Preto Aquino, único representante do PSD na Câmara Municipal do Natal, vai deixar a legenda. Ele não foi procurado e nem ouvido sobre a chegada do ex-prefeito Carlos Eduardo ao partido. Preto hoje segue a orientação do prefeito Álvaro Dias, que deve recebê-lo no Republicanos.

AGENDA
O deputado federal Paulinho Freire (União Brasil) tem evitado divulgar sua agenda em Natal. Nas últimas semanas, Paulinho se dedicou a receber prefeitos do interior. Neste fim de semana esteve em Lagoa D’Anta, para uma festa de aniversário do prefeito João Paulo.

DEVOLUÇÃO
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluiu neste mês o julgamento das contas dos partidos relativas a 2017 e determinou a devolução aos cofres públicos de ao menos R$ 40 milhões, a título de ressarcimento e multa, valor que ainda precisa ser corrigido pela inflação. Ao todo, o TSE reprovou 19 das contas partidárias de 2017 e aprovou com ressalvas as outras 16.

LISTA
A Folha de S. Paulo consultou todos os acórdãos e votos relativos aos 35 partidos existentes à época —hoje são 31—, documentação que mostra uma extensa lista de desvios que podem ser perdoados caso o Congresso aprove a PEC da Anistia, proposta de emenda à Constituição que pretende passar uma borracha em todas as irregularidades ocorridas. A medida conta com o apoio de governo e oposição e deve ser aprovada hoje pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o primeiro passo da tramitação.

GASTOS
Nos últimos anos, o Congresso Nacional turbinou o repasse de dinheiro público para os partidos, que só em 2022 receberam R$ 6 bilhões. Na contramão disso, tem promovido uma série de alterações para tornar a lei mais branda, apesar do longo histórico de malversação de dinheiro público, que inclui gastos em restaurantes de luxo, compra de helicópteros, imóveis e carros de mais de R$ 100 mil. Em abril de 2022, por exemplo, deputados e senadores aprovaram uma PEC anistiando as legendas pelo não cumprimento nas eleições anteriores das cotas de estímulo à participação de negros e mulheres na política.

INVESTIGAÇÃO
A Procuradoria-Geral da República chefiada por Augusto Aras tentou por várias vezes barrar a investigação contra Jair Bolsonaro (PL) e seus assessores e familiares durante o governo do ex-presidente, mas mudou de postura e passou a apoiar a apuração após a chegada de Lula (PT) à Presidência da República. Entre fevereiro e dezembro de 2022, sob o governo Bolsonaro, a PGR se manifestou ao menos seis vezes pedindo o arquivamento da investigação com o argumento de que as provas eram ilegais, inconstitucionais e que causavam constrangimento ilegal aos investigados.

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