Inteligência artificial vira brincadeira de criança

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A popularização da inteligência artificial (IA) tem permitido aos usuários acesso à tecnologia com uma velocidade nunca antes vista. E muitas crianças e muitos adolescentes já estão usando a IA para brincar, jogar e se divertir. 
No caso do ChatGPT, a IA é capaz de gerar textos parecidos com conteúdos escritos por humanos. O Stable Diffusion gera imagens a partir de textos ou de outras imagens, ou  mesmo o aplicativo de bate-papo SuperChat, que permite aos usuários conversarem com personagens virtuais (figuras históricas) desenvolvidos por inteligência artificial, só para citar alguns exemplos.Leia mais notícias de Cidades
Otávio Lube dos Santos, doutorando em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e professor universitário, considera a inteligência artificial como forma de potencializar o ser humano.
 “A criatividade é potencializada pela facilidade de interações que se cria com a IA. Se a criança gosta de desenhar, tem que ter estímulo neste sentido. A IA vai potencializar a criatividade”, avalia. 

Otávio Lube destaca a importância dos pais lerem os termos de uso dos aplicativos e jogos para evitar ter os dados das crianças,
como fotos, compartilhados

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Leone Iglesias/AT

 
Além dos jogos para diversão, Otávio citou games educativos criados com inteligência artificial. 
Um exemplo é o Buddy, um “professor de inglês” para crianças com versão de testes gratuita, e o StorySign, que  traduz livros infantis para a língua de sinais, para ajudar as crianças surdas a aprenderem a ler.
 Howard Cruz Roatti, mestre em Informática pela Ufes e professor da Faesa,  especialista em IA, observa que é importante que as pessoas entendam as possibilidades e limitações dessa tecnologia, além de tomar precauções para proteger sua privacidade e segurança de dados ao utilizar essas assistentes virtuais.
“É importante garantir que os termos de uso tenham incluídas medidas de proteção de privacidade e segurança adequadas para crianças e adolescentes”.
O professor Otávio Lube   chama a atenção ainda  para que a IA não está sendo projetada para ser usada de maneira gratuita. “Está sendo projetada para ser cobrada e isso pode ser um ponto de discrepância”, avalia.
Ele destaca a importância dos pais lerem os termos de uso dos aplicativos e jogos, para evitar ter os dados das crianças, como fotos, compartilhados. 
“Aplicativos gratuitos escondem lá nos termos de serviço o fato de pegarem os dados e venderem para outras empresas”, alerta o professor.Jogos de adivinhação e imitação Mestre em Informática pela Ufes e professor da Faesa, o  especialista em Inteligência Artificial (IA) Howard Cruz Roatti é pai da estudante  Alice Araújo Roatti, de 12 anos. Ele  afirma que  incentiva  a filha a questionar e avaliar as informações fornecidas pela IA.  

Alice e Howard: filha usa a Alexia com o acompanhamento do pai

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Heytor Gonçalves/AT

 “Minha filha utiliza a assistente virtual Alexa para comandar os dispositivos do quarto dela, como ar-condicionado, luz inteligente e tocar música no Spotify. Além disso, ela também usa a Alexa para tirar dúvidas, jogar jogos de adivinhação e imitação, e automatizar o uso do XBox durante suas diversões nos jogos on-line”, afirma.Para o pai e especialista em IA, a Alexa é um exemplo de inteligência artificial que tem sido cada vez mais utilizada em ambientes residenciais, oferecendo uma experiência conveniente e prática para o controle de dispositivos domésticos e assistência pessoal.O professor afirma que conversa com  a filha sobre os potenciais perigos que podem existir com o uso da IA, redes sociais e aplicativos de conversação, mas também a incentiva a usar a tecnologia de forma consciente e sem medo. Segundo ele, é importante que as pessoas entendam os benefícios e riscos envolvidos na utilização de tecnologias como a inteligência artificial e também como proteger seus dados pessoais, fundamental para evitar problemas de segurança e privacidade. “Acredito que é importante que as crianças entendam tanto os benefícios quanto os riscos associados ao uso da IA. É impossível hoje em dia viver em comunidade sem o uso das tecnologias, o importante é ter consciência e fazer bom uso para tirar proveito do que é bom e afastar o que é ruim”, destaca Howard.>>> VOCÊ SABIA? Alan Turing foi um cientista da computação britânico conhecido pelo trabalho na Segunda Guerra Mundial que ajudou a decodificar mensagens alemãs. Em 1950, ele publicou um artigo na revista científica Mind, considerado pioneiro sobre inteligência artificial.Diversão e aprendizadoA advogada Kamylle Simon Comper de Souza  conta que  os  filhos, Antônia, de 9 anos,  e Miguel, de 7,  usam videogame interativo, sites no computador, aplicativos e, principalmente, a assistente virtual  Alexa. 

CIDADES

Crianças já usam Inteligência Artificial em brincadeiras

na foto:
Kamylle Simon Comper de Souza e seus filhos Antônia Simon comper de Souza, 9, e Miguel Simon comper de Souza, 7.

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Heytor Gonçalves/AT

 “Usam para se divertir, aprender e evoluir tecnologicamente. A Alexa usam para tirar dúvidas, previsão do tempo, despertador, até para brincar, pedindo para  imitar cantores, animais e contar histórias”.Ela acredita que a atenção dos pais deve  estar direcionada  para a faixa etária. “No entanto, isso não é o suficiente, sabemos que pessoas mal-intencionadas podem estar inseridas nesses meios, manipulando informações, direcionando para alguma finalidade oculta”.

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