MP-GO encontra indícios de que jogador recebia R$5 mil por mês para aliciar colegas para esquema ilegal de apostas esportivas

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A promotoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva pediu a suspensão de 30 dias de oito atletas investigados por participarem do esquema de apostas ilegais. O presidente do tribunal vai julgar a solicitação. MP-GO encontra indícios de que jogador recebia R$5 mil por mês para aliciar colegas para esquema ilegal de apostas esportivas
A investigação do Ministério Público de Goiás encontrou indícios de que um jogador recebia um valor todo mês para aliciar colegas para um esquema ilegal de apostas esportivas.
Uma mesada de R$ 5 mil: a operação Penalidade Máxima encontrou indícios de que o lateral esquerdo Denner Barbosa, atualmente sem clube, recebia esse valor. Só que existe uma diferença significativa em relação aos casos averiguados até aqui – a quantia viria de um outro apostador, sem ligação com a quadrilha investigada pelo Ministério Público de Goiás.
Desde fevereiro, a operação se debruça sobre ações do empresário Bruno Lopez. Ele está preso, acusado pelo Ministério Público de Goiás de ser o chefe de um esquema capaz de aliciar jogadores, combinar lances em campo e beneficiar grupos de apostadores.
A revelação de Denner, sugerindo que existem outros grupos atuando de forma semelhante, foi feita no dia 11 de fevereiro desse ano. O jogador e Bruno Lopes negociavam condições para manipular duas partidas.
Denner, então, anuncia trabalhar também para outro apostador. Bruno questiona se a função era aliciar outros atletas. O jogador confirma e diz que recebe uma quantia mensal pela tarefa. Mais tarde, Denner revela o valor – R$ 5 mil por mês -, mesmo quando operações não são realizadas.
Em mensagens trocadas dentro do grupo de Bruno Lopes, apostadores confirmam que enfrentam concorrência.
Denner e Bruno também aparecem nas investigações negociando o placar parcial do jogo Goiás contra Goiânia pelo campeonato estadual deste ano. Trata-se da primeira vez no processo em que o resultado, e não situações de jogo, são oferecidas aos apostadores. As tratativas eram para o Goiânia terminar o primeiro tempo perdendo. O jogo acabou 2 a 0 para o Goiás, com gols justamente na etapa inicial.
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Denner Barbosa foi interrogado pelo Ministério Público no dia 25 de abril, mas não foi denunciado. A defesa do jogador disse que ele apenas fingiu participar dos esquemas com intuito de receber dinheiro de uma dívida antiga que Bruno Lopes tinha com ele.
Para Felipe Marchetti, que estuda manipulação de resultados, o sistema esportivo brasileiro é muito suscetível à ação de criminosos.
“Mas podem existir outros grupos mais sofisticados, que teriam uma maneira de atuar mais desenvolvida como é feito internacionalmente, que podem estar atuando, sim, aqui no Brasil”, diz ele.
Nesta segunda-feira (15), o lateral direito Nino Paraíba, do América-MG, pediu demissão do clube. O nome dele está entre os citados na operação.
A promotoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva pediu a suspensão de 30 dias de oito atletas investigados por participarem do esquema de apostas ilegais. O presidente do tribunal vai julgar a solicitação. Todos eles já haviam sido afastados preventivamente pelos clubes em que atuam.
O tribunal também criou uma ouvidoria específica para apurar denúncias de manipulação de resultados.

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