Mães relatam que filhos foram estuprados em bilheteria de circo instalado em Campinas e autor deu R$ 95 como ‘cala boca’

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Caso veio à tona na semana passada. À polícia, homem de 20 anos alegou desconhecer idade dos jovens, mas confirmou que ofereceu dinheiro e que manteve relação sexual com um deles. Polícia investiga estupro de 2 adolescentes em circo dentro de shopping em Campinas
As mães dos adolescentes de 13 e 14 anos que teriam sido estuprados por um suposto funcionário do Las Vegas Circus, instalado na área interna do Shopping Parque das Bandeiras, em Campinas (SP), relataram que o crime ocorreu na bilheteria do local, em 9 de maio. Além disso, elas contaram que o suspeito, um rapaz de 20 anos investigado pela Polícia Civil, deu R$ 95 como “cala boca” aos jovens.
O caso começou a ser investigado pela Polícia Civil no dia posterior. Veja abaixo detalhes da apuração.
“Eles foram pra lá, combinaram, sim, de se encontrar, mas eles achavam que era um menino da idade deles. Chegando lá, o cara pegou e já colocou os dois dentro da bilheteria, que é o que eles passam pra nós […] Já fechou a porta lá e já foi tirando a roupa. Os meninos ficou [sic] assustado. Os meninos falou que não sabia nem o que fazer, se gritava, se chorava, se esperneava […] Pegou o meu filho, fez meu filho ter relação com ele, entendeu? Meu filho não queria. Depois do que aconteceu, o que ele fez? Ele deu R$ 95, tipo um ‘cala a boca’”, que não era pros menino falar pra ninguém”, contou a mãe do garoto mais novo.
Já a mãe do mais velho explicou que ambos precisaram de atendimento médico. “Foi no outro dia, o meu filho começou a passar mal, sentir febre, vomitar, tudo essas coisa… Aí fomos pra UPA do Campo Grande, da UPA ele foi transferido pro Mário Gatti, lá fizeram um monte de exame nele. E ele está tomando tudo quanto é tipo de remédio por causa de DST [doença sexualmente transmissível]”, falou.
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O que diz o circo?
O advogado do circo, Hermes Medeiros Junior, disse que não conhece o suspeito, mas admitiu que o rapaz prestava serviço com freelancer vendendo ingressos na rua. Inicialmente, o circo havia informado somente não reconhecer o acusado como funcionário.
“Era uma pessoa que praticava eventualmente algum serviço para nós como freelancer, mas nós não tínhamos qualquer relação. Não temos [cadastro, informações pessoais] porque não era necessário pelo tipo de serviço que ora ele prestava. Fazia uma panfletagem, não precisávamos ter esse tipo de informação. Nunca trabalhou na nossa bilheteria”.
Segundo ele, na mesma semana do crime foi constatado arrombamento na porta da bilheteria e ele mostrou à EPTV, afiliada da TV Globo, a fechadura que teria sido violada, e o novo item na porta.
“Nós detectamos na quarta-feira que a maçaneta da bilheteria estava quebrada. Isso acontece esporadicamente porque é um ambiente que às vezes precisa de uma entrada rápida e se está fechado […] Como encontramos assim, não demos devido valor à situação, mas depois com essa investigação, da maneira que está, entendemos que poderá haver relação ou não, isso fica a cargo da Polícia Civil”, afirmou o advogado.
Circo instalado em área interna do Parque das Bandeiras, em Campinas
Reprodução/EPTV
Rescisão de contrato
No início desta noite, o shopping comunicou que irá rescindir o contrato com o circo.
“O processo de rescisão contratual com o circo segue em andamento para conclusão o mais breve possível. O empreendimento reforça que está à disposição das autoridades para o esclarecimento do caso”, diz nota da assessoria ao mencionar que o shopping ainda não recebeu solicitação judicial para fornecer imagens gravadas internamente para a investigação.
A defesa do circo, em contrapartida, informou que até o momento não foi procurada pela direção do shopping para qualquer tipo de rescisão contratual. Confira abaixo íntegra.
Apurações
No registro da ocorrência consta que o suspeito, de 20 anos, teria alegado desconhecer a idade dos adolescentes, mas confirmou que ofereceu dinheiro aos dois e que manteve relação sexual com um deles, o mais novo. A polícia solicitou exames ao Instituto Médico Legal (IML).
Ainda segundo o registro, as mães dos adolescentes foram confrontar o funcionário do Las Vegas Circus, e a Polícia Militar e a segurança do shopping Parque das Bandeiras foram acionadas. As partes, depois disso, foram encaminhadas ao plantão.
A mãe de uma das vítimas relatou à polícia que o filho apareceu em casa com dinheiro, e que ao questioná-lo sobre a origem, o adolescente informou que havia recebido de uma pessoa que havia conhecido em um aplicativo de relacionamento.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou que o caso “é investigado por meio de inquérito policial instaurado pela 2° Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Campinas”, e que “diligências estão em andamento a fim de esclarecer os fatos”.
“O homem se apresentou de forma espontânea, foi ouvido e liberado, pois a prisão não se enquadrou em flagrante, conforme determina o artigo 302 do Código de Processo Penal. Mais detalhes serão preservados por tratar de crime sexual envolvendo menores de idade”, completa a nota.
O que dizem o circo e o shopping?
À EPTV, afiliada TV Globo, o advogado do circo alegou que não reconhece o homem apontado como autor do estupro como funcionário, que também não reconhecer as ações praticadas dentro do circo, e que apoia toda e qualquer investigação que venha a ser feita. A nota divulgada nesta segunda diz:
“Vimos informar que segue em investigação para apurar e responsabilizar o/os envolvidos com os últimos acontecimentos ocorridos e que estes estão sob a responsabilidade da 2ª Delegacia de Defesa da Mulher de Campinas. Cumpre esclarecer que ainda estamos consternados com o ocorrido e estamos sofrendo represálias de forma injustificada, visto que ainda existe uma investigação em andamento e o Circo não possui gerência e tão pouco responsabilidade pelos fatos mencionados, especialmente nas redes sociais. Salientamos novamente que não toleramos qualquer tipo de violência realizada contra quem quer que seja, muito menos de cunho sexual contra menores ou maiores de idade.”
O Parque das Bandeiras informou ainda, em nota, que tomou conhecimento da acusação, que o funcionário do circo foi afastado pelo operador e que repudia o comportamento narrado.
“O shopping esclarece que tomou conhecimento da acusação ocorrida em relação a um funcionário do Circo que foi imediatamente afastado de suas atividades pelo operador. A situação narrada não faz parte dos valores da empresa, que baseia a abordagem com o público, de forma geral, em ética, respeito e transparência. O empreendimento repudia veemente o comportamento narrado e segue à disposição das autoridades competentes para apoiar na condução do caso. Reitera ainda que, caso seja comprovada a acusação, espera que os responsáveis sejam identificamos e punidos na forma da lei.”
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