CPI dos Atos Antidemocráticos deve ouvir ex-comandante-geral da PM suspeito de omissão em atos terroristas em Brasília


Depoimento está marcado para começar às 10h desta quinta-feira (11). Fábio Augusto Vieira era responsável pela corporação em 8 de janeiro, quando bolsonaristas radicais atacaram sedes dos Três Poderes. EX-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Fábio Augusto Vieira, em imagem de arquivo
Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília
A CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) deve ouvir, nesta quinta-feira (11), o ex-comandante-geral da PMDF Fábio Augusto Vieira. Ele chefiava a Polícia Militar no dia 8 de janeiro, quando ocorreram os ataques terroristas às sedes dos Três Poderes, em Brasília. A sessão está marcada para começar às 10h.
O militar é suspeito de omissão na contenção dos atos e havia sido preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, o magistrado concedeu liberdade provisória a ele no dia 3 de fevereiro, após considerar o relatório do ex-interventor federal da Segurança Pública do DF, Ricardo Cappelli (veja detalhes mais abaixo).
No documento, Capelli afirma que Vieira “não teria sido diretamente responsável pela falha das ações de segurança que resultaram nos atos criminosos ora investigados”, apesar de ser o então comandante da PM.
Fábio Augusto estava no cargo desde abril de 2022. Ele foi exonerado em 11 de janeiro, mesmo dia de sua prisão. O comando da PMDF foi assumido pelo tenente-coronel Klepter Rosa Gonçalves.
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Combate com terroristas
Comandante-geral da PMDF, Fábio Augusto, ficou ferido em atos terroristas em Brasília
Reprodução
Ao conceder liberdade ao ex-comandante da PM, Moraes aponta que, no relatório de Capelli, consta que Fábio Augusto esteve presente na operação contra os terroristas em 8 de janeiro e chegou a ser ferido em combate.
“Foi ferido no combate direto aos manifestantes e não teve as suas solicitações de reforços atendidas”, diz Moraes, citando o relatório do ex-interventor.
O ministro do STF disse ainda que a conclusão do ex-interventor Ricardo Cappelli reforça as alegações do ex-comandante durante depoimento para a Polícia Federal, quando disse que procurou o GDF a fim de desmobilizar o acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.
Fábio Augusto Vieira afirmou que, enquanto era comandante da Polícia Militar, tentou, por duas vezes, desmobilizar o acampamento e que chegou a mobilizar cerca de 500 policiais militares, mas não obteve êxito por pedido do próprio Exército.
Quem é Fábio Augusto Vieira
Fábio Augusto Vieira tem 46 anos, é formado em direito e pós-graduado em Ciências Políticas pela Universidade do Chile. O coronel passou pelo curso de formação de oficiais e de altos estudos pela Academia de Polícia Militar de Brasília, além de ter se especializado em Segurança Pública na Academia de Polícia Militar da Paraíba.
O ex-comandante foi aprovado no concurso da Polícia Militar do DF aos 17 anos e ingressou como cadete. Foi comandante do Regimento de Polícia Montada, do Segundo Comando de Policiamento Regional Sul e do Primeiro Comando de Policiamento Regional.
Antes de assumir o comando-geral da corporação, Fábio Augusto chefiava a Subsecretaria de Operações Integradas da Secretaria Executiva de Segurança Pública (SSP-DF).
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Calendário atualizado da CPI
A CPI dos Atos Antidemocráticos da CLDF apura os ataques terroristas ocorridos em Brasília nos dias 12 de dezembro de 2022 e 8 de janeiro de 2023. Em 12 de dezembro, apoiadores radicais do presidente Jair Bolsonaro deflagraram uma série de atos de vandalismo na capital federal e danificaram e incendiaram carros e ônibus.
Em 8 de janeiro, grupos terroristas invadiram e depredaram as sedes dos três poderes. No mês de maio, parlamentares ouviram Adauto Lúcio de Mesquita, um dos empresários suspeitos de financiar o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército.
Há dois novos depoimentos marcados para maio:
11 de maio: coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da PM;
18 de maio: general Gustavo Henrique Dutra de Menezes (General Dutra), ex-chefe do Comando Militar do Planalto.
Já em junho, há três depoimentos marcados:
1º de junho: general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
17 de junho: general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI;
26 de junho: comandante-geral da PMDF, coronel Klepter Rosa Gonçalves.
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