A decisão do ex-presidente Donald Trump de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris gerou condenações de cientistas climáticos, especialmente após agências científicas norte-americanas e internacionais confirmarem que 2024 foi o ano mais quente já registrado no planeta.
Trump, que frequentemente descreveu a crise climática como “uma das grandes farsas”, anunciou na segunda-feira (20) que pretende intensificar a produção de petróleo e gás durante seu segundo mandato presidencial.
“Vamos perfurar, baby, perfurar”, afirmou Trump em seu discurso de posse, prometendo que os EUA entrarão em uma nova era de exploração de petróleo e gás.
‘Hora de falar menos e fazer mais’
Embora a decisão de Trump tenha gerado repercussão global, grandes seguradoras europeias minimizaram o impacto imediato da saída do Acordo de Paris.
“O cavalheiro já fez isso antes, e o mundo sabe que precisa melhorar”, afirmou Oliver Bate, CEO da Allianz, ao programa Squawk Box Europe, da CNBC, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos nesta terça-feira (21).
“Alcançamos os limites planetários, todos sabem disso. Talvez seja hora de falar menos e fazer mais. Pelo menos é o que estamos tentando fazer em nossa indústria”, completou.
Já Mario Greco, CEO da Zurich Insurance, também minimizou o movimento de Trump, sugerindo que o Acordo de Paris não tem atingido suas metas. “Temos que admitir que o Acordo de Paris não entregou nenhum dos planos, ambições e objetivos esperados”, afirmou Greco.
Ele ressaltou que outros meios, especialmente tecnológicos, precisam ser explorados para reduzir a temperatura global. “Sem tecnologia, não vamos conseguir tornar este planeta mais frio do que ele é hoje, ou do que ele será em breve. Então, não, não acho que esta seja a grande questão”, disse.
O alerta da ONU
A saída dos EUA do Acordo de Paris marca uma repetição da postura de Trump durante seu primeiro mandato, quando também retirou o país do pacto global. A medida foi recebida com preocupação por cientistas e especialistas, que alertam para as consequências climáticas caso grandes emissores de carbono, como os EUA, abandonem compromissos internacionais para limitar o aquecimento global.
Enquanto a decisão de Trump pode atrasar os esforços globais, analistas destacam a necessidade de ação prática e tecnológica como principal caminho para enfrentar a crise climática, independentemente de acordos políticos.
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