“Tava tão envolvida na história”, diz vítima da mulher suspeita de se passar por homem e enganá-las

Outras mulheres relataram situações semelhantes vividas nos encontros e como era o perfil falso criado nas redes sociais para envolver as vítimas. Vítimas de mulher que se passava por homem para ter relações falam sobre o caso
Encontros às escuras, ligações longas, chamadas de vídeo utilizando o rosto masculino criando por inteligência artificial. Era assim que a mulher de 27 anos presa em Belo Horizonte se passava por homem para enganar outras mulheres. De acordo com os relatos, a suspeita envolvia as vítimas criando uma dependência emocional.
A relação começava como um namoro por aplicativo de encontro, com conversas que duravam horas declarou uma vítima que preferiu não ser identificada.
“Eu conheci essa pessoa no primeiro semestre de 2021, no aplicativo de encontro. Começamos conversas assim, o tempo inteiro e isso acaba criando uma dependência emocional. Então as conversas eram o dia inteiro, à noite, varava a noite conversando”, declarou.
A mulher utilizava um perfil falso se passando por médico, herdeiro de uma rede de hotéis, recém-divorciado e pai de duas filhas. Entretanto, as imagens utilizadas por ela eram do Estrategista Político, Marcelo Rigoni. De acordo com ele, desde 2017, três vítimas entraram em contato com para dizer que o perfil dele estava sendo utilizado para enganar mulheres.
“Eu orientei todas elas a fazer um boletim de ocorrência, e também fiz. Em 2021, eu pedi todas as vítimas que me encaminhassem os áudios, os vídeos, dos supostos endereços, depois as investigações deram a entender que de fato se tratava-se de uma mulher e que era essa Jéssica Batista Camargo, que tava usando as minhas fotos indevidamente”, declarou Marcelo.
No dia 16 de outubro, a Polícia Civil prendeu a designer gráfica preventivamente por suspeita de violação sexual mediante fraude no bairro Copacabana, na Região de Venda Nova, em Belo Horizonte. Outros materiais utilizados por ela para enganar as vítimas como: “próteses de órgãos genitais”, além de celulares e computadores também foram apreendidos.
Segundo a polícia, 11 vítimas procuraram a delegacia dizendo ter encontrado com a suspeita e que permitiram toques íntimos e relações sexuais. A investigação aponta o crime, pois as vítimas foram induzidas ao erro e acreditavam estar se relacionando com uma pessoa que na realidade era do sexo oposto.
“Foram várias tentativas de encontro todas frustradas, é a nível de marcar no restaurante vai no restaurante e na pessoa não aparece. Toda vez que um encontro dava errado, mas você já estava tão envolvida na história, tão envolvida, que você acabava voltando” afirmou a vítima.
Nos encontros marcados em hotéis, a suspeita inventava desculpas para as vítimas dizendo que tinha vergonha do corpo, assim as luzes do quarto não eram acesas.
“Deixou a porta aberta, falou qual seria o apartamento do hotel, que poderia entrar e não acender a luz. Como que a gente aceita isso, eu também não sei. Foi totalmente estranho, né, foi esquisito”
A Delegacia Especializada de Combate à Violência Sexual representou pela prisao preventiva da suspeita. A mulher vai ficar presa por tempo indeterminado e o inquérito não tem prazo para ser concluído.
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