Queremos resgatar decreto de armas de Dilma, diz líder da bancada da bala

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O deputado federal e líder da bancada da bala na Câmara, Alberto Fraga (PL-DF), disse em entrevista ao Poder360 querer resgatar o decreto de armas do governo de Dilma Rousseff (PT) para dar equilíbrio à política de armas. Segundo o congressista, o decreto do governo de Jair Bolsonaro (PL) foi “muito flexível” e o do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “antiarmamentista”.

“Nós queremos salvar o direito dos CACs [colecionadores, atiradores e caçadores] ainda continuarem comprando uma arma, indo praticar o tiro, né? Agora o porte de armas para os CACs nesse momento, nesse governo, vai ser impossível conseguir. Porque nós até podemos aprovar isso na Câmara, mas o Senado não passa”, disse Fraga.

Formulário de cadastro

O deputado declarou que o plano é resgatar o decreto da ex-presidente Dilma e acrescentar a permissão para uso dos calibres 9mm e 40mm, o porte de armas do ponto A ao ponto B (um trajeto ininterrupto) e determinar horários para os CACs.

“Teve muita gente presa com uma arma de fogo às 3 horas da manhã e dizendo que ia fazer treinamento. Pelo amor de Deus, né? Aí também é querer burlar a legislação e achar que nós temos de concordar com isso”, afirmou.

Fraga disse que sua pretensão era fazer uma lei para CACs, mas neste governo “é impossível”“Vamos tentar salvar os anéis para que os dedos permaneçam”, declarou.

Assista à entrevista (27min23s) realizada na 5ª feira (11.mai.2023):

CONVERGÊNCIA COM GOVERNO LULA

Opositor e crítico da gestão de Lula, Fraga avalia ser possível a bancada da bala construir um diálogo de convergência com o governo petista. Os congressistas ligados ao armamento apoiaram o ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

“Estou trabalhando para isso. Já pedi um encontro com o ministro Flávio Dino [Justiça], quero conversar com ele […] E eu tenho certeza absoluta que ao nos ouvir ele vai realmente concordar e o que está em excesso, vamos tira”, afirmou o líder da bancada.

O deputado afirmou que alguns colegas que chegaram neste ano na Câmara dos Deputados querem resolver “tudo na briga”, mas que “não pode ser assim”. “Tem a hora de brigar e tem a hora de dialogar”, acrescentou.

INELEGIBILIDADE DE BOLSONARO

Alberto Fraga é amigo de Bolsonaro desde o tempo em que ambos eram colegas na Câmara dos Deputados. O congressista disse não acreditar na prisão do ex-presidente, mas afirmou ter “quase certeza” de que ele ficará inelegível.

“Estão querendo de qualquer forma tornar o Bolsonaro inelegível. Eu digo inelegível, porque se prender sem um motivo, nós temos 2 riscos: primeiro a população se revoltar. Segundo, com certeza absoluta, vão dar o título de presidente da República antecipado para ele, então não acredito que cheguem a esse ponto […]. Eu não duvido que eles queiram colocar o Bolsonaro inelegível. Eu tenho quase certeza que eles vão fazer isso”, disse o deputado.

O ex-presidente responde a várias ações na Justiça. Na mais avançada, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Bolsonaro enfrenta um processo sobre uma reunião realizada com embaixadores, enquanto ainda era chefe do Executivo. Na ocasião, ele questionou o sistema eleitoral sem apresentar provas. No evento, realizado em julho de 2022, Bolsonaro também criticou as urnas eletrônicas e ministros de tribunais superiores.

Ainda não há data para o julgamento. Caso seja condenado, o ex-presidente pode perder seus direitos políticos e ficar inelegível por 8 anos.

Fraga quer Bolsonaro candidato em 2026, mas em caso de inelegibilidade, citou os governadores Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás e Tarcísio de Freitas (Republicanos), como alternativas da direita, nessa sequência.

Questionado sobre a possibilidade da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ser candidata à Presidência, o deputado disse não ver essa possibilidade.

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