‘Alguém que deveria proteger a gente acabou nos machucando’, diz adolescente agredido por PM em colégio estadual


Vídeo mostra policial fora do horário de expediente agredindo adolescente de 15 anos. Segundo colégio, homem, que atua como caseiro na instituição, será desligado. PM e SEED repudiaram agressões. Agressões aconteceram dentro do CEEP, em Curitiba
Reprodução
O adolescente de 15 anos que foi agredido por um policial militar de folga disse que sentiu medo.
“Totalmente um absurdo. Alguém que deveria proteger a gente acabou nos machucando. Se fosse uma pessoa menor ou mais fraca que eu, se não tivesse conseguido me defender, poderia ser pior”, afirmou.
As agressões foram dentro do Centro Estadual de Educação Profissional de Curitiba (CEEP), na quarta (10). Assista abaixo.
PM agride adolescente dentro de escola estadual de Curitiba
O menino contou à RPC que aquela foi a primeira vez que viu o homem, que também é caseiro na escola, e que não sabia que ele era policial.
“Eu não sabia que o cara era caseiro e também policial, por isso eu resisti. […] Eu não sabia que era um policial, pensei que era um vizinho louco, que estava bravo com a molecada. […] Ele, como policial, deveria ter uma preparação, uma abordagem certa”, disse.
Além disso, de acordo com o adolescente, a confusão começou durante o recreio. Ele relatou que jogava vôlei com alguns amigos quando a bola caiu na casa do homem, que se recusou a devolver o brinquedo.
Após uma discussão entre os dois, o homem pulou o murou, o tentou imobilizar e deu socos e chutes no adolescente. Conforme o adolescente, o caseiro sabia que estava sendo filmado e mesmo assim continuou com as agressões.
“Na hora pensei: ‘Vai dar ruim, vou ter que me defender, é vida ou morte’”, relembrou o estudante.
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A identidade do PM não foi revelada.
Nesta quinta-feira (11), a Polícia Militar do Paraná (PM-PR) confirmou que o homem trabalha na corporação e disse que “não compactua com o desvio de conduta de seus integrantes e vai instaurar um procedimento administrativo para apurar todos os fatos”. O caso está sendo investigado na Delegacia do Adolescente.
Em nota, o CEEP disse que o homem é “permissionário da escola” e que será solicitado o desligamento dele. Afirmou, também, que “reprova qualquer tipo de agressão e violência”.
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