Explosão de casos de dengue preocupa autoridades de saúde do Centro-Oeste

O Brasil já ultrapassou a marca de 524 mil casos de dengue desde o início de 2024. O Centro-Oeste é a segunda região com maior incidência, atrás do Sudeste. Explosão de casos de dengue preocupa autoridades de saúde do Centro-Oeste
A explosão de casos de dengue está alarmando autoridades de saúde da região Centro-Oeste.
O escrivão da Polícia Civil Antônio Roberto Constante, de 52 anos, morreu na madrugada desta quarta-feira (14), em Várzea Grande, Mato Grosso. Ele estava internado desde segunda-feira (12) na UTI com suspeita de dengue hemorrágica.
Segundo o último levantamento feito no município, 84% dos criadouros do mosquito aedes aegypti foram encontrados em pequenos reservatórios de água. Em muitas casas, eles ficam no chão e descobertos, o que aumenta o risco de infestação. Os agentes aplicaram produto na água e alertaram os moradores.
“Sei que, às vezes, a gente não tem a tampa adequada. Mas a gente pede para estar colocando alguma coisa que possa tampar, porque, quando chove, leva a larva para dentro da caixa, os ovos, e acaba gerando o mosquito e aumentando o índice de infestação”, afirma uma agente.
O Brasil já ultrapassou a marca de 524 mil casos de dengue desde o início de 2024. Segundo o Ministério da Saúde, os números incluem os prováveis e os confirmados: 84 pessoas morreram e 346 mortes estão em investigação.
O Centro-Oeste é a segunda região com maior incidência, atrás do Sudeste. São mais de 100 mil casos só em 2024, pouco mais de quatro vezes o registrado no mesmo período de 2023.
Tangará da Serra, região sudoeste de Mato Grosso, já decretou situação de emergência. São mil casos registrados entre prováveis e confirmados. Quem não limpa quintais e piscinas é multado.
O Distrito Federal e o estado de Goiás também estão em situação de emergência. Em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana, o desafio é vistoriar os quintais. Em 20% dos imóveis, o proprietário não está em casa ou se recusa a abrir a porta.
“O que a gente pede e recomenda: que a população receba os nossos agentes devidamente com crachá, uniforme, que receba e deixe os nossos agentes fazer o trabalho, esse trabalho de educação e saúde, esse trabalho de eliminação de foco”, diz Édson Fernandes, coordenador de Vigilância Ambiental de Aparecida de Goiânia.
Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, os moradores fazem mutirões de limpeza. A cidade também começou a vacinar crianças de 10 a 11 anos nos bairros de maior risco. A consciência ainda é a melhor prevenção.
“A gente tem que estar vigilante 24 horas. Não só eu, como nossos vizinhos. Todo o ser humano que tiver nessa terra tem que ter esse cuidado com o mosquito, que não é brincadeira”, diz a artesã Alair Fogaça.
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