Rogério Marinho esquece Rio Grande do Norte e se volta para bandeiras radicais da direita

Derrotado em fevereiro na eleição da presidência do Senado, o senador Rogério Marinho (PL) atua ferozmente como líder da oposição na Casa. Estreante no Senado, o potiguar é tido pelos bolsonaristas como um político habilidoso e capaz de dialogar com colegas das mais variadas matizes. Quando ministro do Desenvolvimento Regional, era um dos que mais distribuíam recursos do “Orçamento Secreto”, o instrumento por meio do qual deputados e senadores destinavam verbas no Governo Bolsonaro a seus redutos, sem serem identificados.

Rogério se voltou nos últimos meses à política nacional. Com mais sete anos e meio de mandato, o potiguar tem uma agenda nacional em seus discursos na tribuna do Senado. Nos últimos dias, Rogério disse que o Governo Lula erra na forma sobre como tenta promover sua agenda para o saneamento básico. “Os decretos assinados geram insegurança jurídica e ameaçam investimentos, empregos e a universalização do tratamento de água e esgoto a mais de 30 milhões de brasileiros”, alfinetou.

Nem pautas positivas, como a queda no preço dos combustíveis anunciada pela Petrobras e a nova política de preços, agradaram ao líder da oposição. Segundo a Petrobras, presidida pelo potiguar Jean Paul Prates (PT), haverá uma mudança nas regras. A política de preços, desde 2016, seguia de perto as oscilações do valor do petróleo no mercado internacional. Isso, na média, levou ao encarecimento de produtos como gasolina, diesel e gás de cozinha no Brasil. Marinho criticou e chamou de “uma iniciativa eleitoreira”. O senador também criticou o ato da Advocacia-Geral da União (AGU) que revogou a portaria (nº 73/2022), que regulamentava os procedimentos para a utilização de precatórios em pagamentos a entidades públicas federais.

EMPRÉSTIMO

O secretário estadual de Tributação, Carlos Eduardo Xavier, acompanhou a governadora Fátima Bezerra ontem em Brasília e explicou a adesão ao Plano de Promoção ao Equilíbrio Fiscal. “Se a gente fizer esta adesão, se conseguirmos contratar essa operação de crédito, o Estado pode ter acesso a R$ 400 milhões ainda este ano”, disse. O recurso seria utilizado para a manutenção da malha viária do Estado. As estradas cheias de buracos são “calos” hoje do Governo Fátima no interior.

LINHA

A governadora Fátima Bezerra conversou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, seu colega do PT. Ela tratou de alternativas para que o Estado possa aderir ao programa e, assim, fazer empréstimos. Caso consiga, o Rio Grande do Norte poderá ter acesso a aproximadamente R$ 1,6 bilhão em crédito junto aos bancos. Participaram também da reunião a secretária de Gestão e Projetos Especiais, Virgínia Ferreira, e o secretário Daniel Cabral (Comunicação), além do deputado federal Fernando Mineiro (PT).

CONSIGNADO

Turbinado na oposição e assessorado pelo ex-deputado Kelps Lima, o deputado estadual Luiz Eduardo (Solidariedade) continua focando na falta de repasse às instituições financeiras, por parte do Governo Fátima, dos valores descontados no contracheque dos servidores relativos aos empréstimos consignados. “Já são sete meses sem repasses do valor que está sendo descontado no contracheque dos servidores estaduais todos os meses. O banco não vai querer perder os juros. Além disso, os empréstimos consignados estão suspensos e podem prejudicar aqueles servidores que precisem de um socorro financeiro”, frisou ontem Luiz Eduardo.

LIBERAL

Enquanto o diretório nacional do PL não mexe no comando estadual, o partido segue a linha do deputado João Maia, que até fevereiro do próximo ano é o presidente da sigla. Em Natal, o partido está sem comando há mais de um ano. O deputado estadual Ubaldo Fernandes, hoje no PSDB, era o dirigente. O federal General Girão e o estadual Coronel Azevedo foram os mais votados da legenda em Natal. Wendel Largatixa foi tornado inelegível pela Justiça e não pode ser candidato em 2024 e nem em 2026.

PROGRESSISTAS

O ex-ministro Fábio Faria está distante da política do Rio Grande do Norte, pois foca no gerenciamento das relações institucionais no banco BTG Pactual. Mas, o deputado federal Robinson Faria, mesmo no PL, articula aliados para assinarem a ficha do PP. O senador Ciro Nogueira, presidente nacional da sigla, deu “carta branca” a família Faria. O ex-deputado Beto Rosado continua na presidência do PP potiguar, mas não tem dado as cartas.

POUCOS

Dos 167 municípios do Estado, até ontem o PP só estava presente em 10 cidades. Nas outras, a vigência chegou ao fim. Em nenhum dos 20 maiores colégios eleitorais, havia atualização. Nem em Mossoró, berço da família Rosado, derrotada em 2020 (Rosalba Ciarlini) e 2022 (Beto Rosado). As informações estão em Brasília. Beto vem cuidando da vida. Já do partido…

COMBUSTÍVEIS

O preço dos combustíveis deve variar menos com a nova política de preços da Petrobras, mas isso não significa que ele vai ficar mais barato necessariamente, avaliam analistas. A nova política passará a levar em conta alguns fatores domésticos, mas continuarão seguindo parâmetros internacionais. O mercado reagiu bem à mudança, e as ações da Petrobras fecharam com alta superior a 2%, na contramão do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, que caiu 0,77%.

PREÇOS

A mudança de preços na Petrobras foi uma promessa de campanha do presidente Lula, de “abrasileirar” os preços da estatal. “Nós não estamos afastando o efeito da referência internacional, mas estamos sim colocando um filtro, uma possibilidade de a empresa Petrobras conseguir fazer, com sua capacidade de refino, com custos brasileiros, pelo menos em grande parte, para amortecer esses efeitos”, disse o presidente da estatal, Jean Paul Prates.

VINGANÇA?

O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) afirmou em coletiva ontem que perdeu o mandato por combater a corrupção. “A verdade é uma só, perdi meu mandato porque combati a corrupção. Hoje é dia de festa para os corruptos e dia de festa para Lula”, disse o ex-coordenador da Operação Lava Jato. “Fui cassado por vingança. Fui cassado porque ousei o que é mais difícil no Brasil: enfrentar o sistema de corrupção”, afirmou, em pronunciamento ao lado de parlamentares, incluindo o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

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