Mesmo com a destina\u00e7\u00e3o adequada, o lixo gera um g\u00e1s que polui o meio ambiente. A decomposi\u00e7\u00e3o do material org\u00e2nico produz o biog\u00e1s, composto principalmente por metano, mas que tamb\u00e9m pode ser usado para gerar energia. Cidades usam biog\u00e1s para gerar energia e abastecer ind\u00fastrias
\nJornal Nacional
\nOs brasileiros est\u00e3o descobrindo no lixo uma nova fonte de energia.
\nO corre-corre dos coletores n\u00e3o \u00e9 por acaso. \u00c9 muito trabalho. Afinal, s\u00e3o 220 mil toneladas de res\u00edduos geradas por dia no Brasil.
\nMesmo com a destina\u00e7\u00e3o adequada, o lixo gera um g\u00e1s que polui o meio ambiente. A decomposi\u00e7\u00e3o do material org\u00e2nico produz o biog\u00e1s, composto principalmente por metano. Esse g\u00e1s tem um potencial de aquecer a atmosfera quase 28 vezes maior que o g\u00e1s carb\u00f4nico, considerado o grande vil\u00e3o do aquecimento global.
\nEm um aterro em S\u00e3o Jos\u00e9 dos Campos, no interior de S\u00e3o Paulo, foi constru\u00edda uma usina para transformar parte desse biog\u00e1s em energia el\u00e9trica.
\n“Esse g\u00e1s faz funcionar esses motores, e a\u00ed, por consequ\u00eancia, eles geram energia el\u00e9trica. Ent\u00e3o, as nossas contas de energia s\u00e3o descontadas\u201d, diz Ricardo Minoru, presidente da Urbanizadora Municipal, de S\u00e3o Jos\u00e9 dos Campos.
\nA economia n\u00e3o \u00e9 pequena: R$ 2,5 milh\u00f5es por ano, 30% da conta de energia dos pr\u00e9dios p\u00fablicos – como escolas, hospitais e da pr\u00f3pria prefeitura, que tem sete andares.
\nUm outro aterro, tamb\u00e9m no Vale do Para\u00edba, recebe 2 mil toneladas por dia de res\u00edduos de 13 cidades paulistas. S\u00f3 que l\u00e1, o biog\u00e1s tem outra finalidade. Parte dele \u00e9 canalizada e levada para uma usina. De l\u00e1, sai um outro produto: o biometano.
\n“O biog\u00e1s recebe um banho de \u00e1gua fria em alta press\u00e3o e separa os elementos que a gente quer, deixando o metano pronto para ser utilizado e comercializado. Ele pode ser utilizado em ind\u00fastrias, uso veicular em frota de caminh\u00e3o e contribui para matriz energ\u00e9tica brasileira, reduzindo emiss\u00f5es de g\u00e1s de efeito estufa\u201d, explica F\u00e1bio Zampirollo, diretor de engenharia.
\nO caminh\u00e3o que faz o transporte dos cilindros tamb\u00e9m \u00e9 movido a biometano. E ele para ser reaproveitado por uma fabricante de vidro.
\nO produto que faz parte da vida de todo mundo \u00e9 fabricado em fornos que consomem muita energia. Hoje, ela vem em grande parte do g\u00e1s natural, um combust\u00edvel f\u00f3ssil. Mas h\u00e1 um ano, a empresa come\u00e7ou a usar o biometano.
\nPor enquanto, s\u00e3o apenas 8% do que \u00e9 consumido na unidade, mas o uso poderia ser maior se o pre\u00e7o ajudasse. O biometano ainda \u00e9 mais caro que o g\u00e1s natural.
\n“N\u00f3s gostar\u00edamos que isso fosse diferente, que o biog\u00e1s fosse mais competitivo e esse \u00e9 o caminho que eu acredito no Brasil para massificar realmente o biog\u00e1s e o biometano”, diz Wiltson Varnier, diretor-executivo.
\nSegundo a Associa\u00e7\u00e3o Brasileira de Res\u00edduos e Meio Ambiente (Abrema), atualmente existem seis usinas de biometano em aterros sanit\u00e1rios do pa\u00eds. Outras sete est\u00e3o em processo de instala\u00e7\u00e3o.
\n“Quanto maior a produ\u00e7\u00e3o, voc\u00ea diminui o custo. Ent\u00e3o, a gente, logo, logo, est\u00e1 com um custo bem menor. Eu costumo dizer que todo aterro sanit\u00e1rio hoje \u00e9 um po\u00e7o de petr\u00f3leo, mas de petr\u00f3leo de combust\u00edvel renov\u00e1vel\u201d, afirma Pedro Maranh\u00e3o, presidente da Abrema.
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