{"id":576495,"date":"2025-03-23T09:21:10","date_gmt":"2025-03-23T12:21:10","guid":{"rendered":"https:\/\/home.jornalfloripa.com.br\/lernoticia\/576495"},"modified":"2025-03-23T09:21:10","modified_gmt":"2025-03-23T12:21:10","slug":"irmaos-imigrantes-do-afeganistao-celebram-oportunidade-de-estudar-no-interior-de-sp-futuro-melhor","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/home.jornalfloripa.com.br\/lernoticia\/576495","title":{"rendered":"Irm\u00e3os imigrantes do Afeganist\u00e3o celebram oportunidade de estudar no interior de SP: ‘futuro melhor’"},"content":{"rendered":"

Fam\u00edlia Saket vive em S\u00e3o Carlos desde 2022. Regime Talib\u00e3 impede mulheres e meninas de estudar no pa\u00eds. N\u00famero de imigrantes matriculados na rede estadual subiu 75% desde 2020
\nTr\u00eas irm\u00e3os do Afeganist\u00e3o celebram nova vida e oportunidade de estudos em S\u00e3o Carlos (SP). A fam\u00edlia Saket imigrou para a cidade em abril de 2022 por conta do grupo pol\u00edtico ultraconservador Talib\u00e3 que impede as meninas e mulheres de estudar no pa\u00eds.
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\nAntes, os irm\u00e3os contam que pa\u00eds tinha boas condi\u00e7\u00f5es e proporcionava estudo para as mulheres. Com o regime pol\u00edtico no poder desde 2021, escolas foram fechadas e milh\u00f5es de meninas foram impedidas de ler e escrever.
\n“A gente est\u00e1 aqui no Brasil para conseguir estudar e essa oportunidade que temos aqui vamos usar e aproveitar pra gente conseguir ter um futuro melhor e ajudar as pessoas que agora precisam de ajuda\u201d, disse a jovem Mahsa Saket, de 15 anos.
\nMahsa \u00e9 irm\u00e3 de Umna Saket, de 17 anos, e de Mohammad Wagas Saket, de 14 anos. Eles est\u00e3o matriculados na Escola Estadual Conde do Pinhal.
\nIrm\u00e3os Saket s\u00e3o do Afeganist\u00e3o e estudam na Escola Estadual Conde do Pinhal em S\u00e3o Carlos
\nEly Ven\u00e2ncio\/EPTV
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\nFuturo de oportunidades
\nAntes de sa\u00edrem do Afeganist\u00e3o, dificilmente passava pela cabe\u00e7a dos irm\u00e3os de um dia conquistar o acesso \u00e0 educa\u00e7\u00e3o. Atualmente, a aluna Umna est\u00e1 em dois projetos de pr\u00e9-inicia\u00e7\u00e3o cient\u00edfica pela Universidade de S\u00e3o Paulo (USP) e Universidade Federal de S\u00e3o Carlos (UFSCar) na \u00e1rea de exatas.
\nA estudante afeganist\u00e3 sonha em ser engenheira da computa\u00e7\u00e3o, e Masha tamb\u00e9m pensa em seguir os passos da irm\u00e3 mais velha. A oportunidade de estudar e pensar no futuro guia a vida da garota de 15 anos.
\n\u201cAqui n\u00f3s ganhamos uma esperan\u00e7a que a gente tinha perdido, eu quero estudar. L\u00e1 n\u00e3o tem oportunidade e a mulher tem que ficar na casa, tem que s\u00f3 fazer as coisas de casa, ter filhos e n\u00e3o consegue estudar, n\u00e3o consegue trabalhar. Acho que agora a Mahsa vai ser bem diferente”, disse.
\nMahsa Saket diz que est\u00e1 cheia de esperan\u00e7a de estudos e futuro em S\u00e3o Carlos
\nEly Ven\u00e2ncio\/EPTV
\nLembran\u00e7as dolorosas
\nO jovem Mohammad Saket ficou emocionado ao lembrar da situa\u00e7\u00e3o que viveram no Afeganist\u00e3o. Al\u00e9m do impedimento ao estudo das irm\u00e3s, o pai deles era rep\u00f3rter internacional e foi perseguido pelo Talib\u00e3.
\n\u201cEu me lembro dos momentos que n\u00f3s passamos e isso me faz chorar. A gente n\u00e3o podia estudar, n\u00e3o podia sair de casa. Meu pai era perseguido e amea\u00e7ado de morte\u201d, contou.
\nMohammad Wagas Saket, de 14 anos, se emociona ao relembrar as dificuldades no Afeganist\u00e3o e persegui\u00e7\u00e3o ao pai. Ele se mudou com a fam\u00edlia para S\u00e3o Carlos em 2022
\nEly Ven\u00e2ncio\/EPTV
\nEstudantes imigrantes
\nSegundo a Secretaria Estadual de Educa\u00e7\u00e3o, 22,1 mil alunos estrangeiros est\u00e3o matriculados na rede de ensino, um crescimento de mais de 75,4% em compara\u00e7\u00e3o a 2020, quando havia 12,6 mil estudantes de outros pa\u00edses na rede.
\nA tend\u00eancia tamb\u00e9m acontece em S\u00e3o Carlos, com 87% a mais de matr\u00edculas de estrangeiros. No \u00faltimo ano, o crescimento foi de 22%. No total s\u00e3o 116 matriculados na rede estadual do munic\u00edpio. Os motivos s\u00e3o diversos e as necessidades de adapta\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m.
\nA cientista social, Aline Zambello, comentou sobre a tend\u00eancia no aumento de n\u00famero de imigrantes.
\n \u201cO Brasil \u00e9 um pa\u00eds que acolhe refugiados ou acolhe imigrantes de v\u00e1rias categorias. A gente pode imaginar que daqui para a frente a gente pode ter refugiados do clima, inclusive, n\u00e9? N\u00e3o s\u00f3 por quest\u00f5es econ\u00f4micas, sociais, pol\u00edticas. Talvez a gente tenha que acolher outras popula\u00e7\u00f5es que por podem procurar o nosso pa\u00eds para melhores condi\u00e7\u00f5es de vida, para ter uma vida mais tranquila e mais digna tamb\u00e9m”, disse.
\nAdapta\u00e7\u00e3o
\nPara os irm\u00e3os, a sensa\u00e7\u00e3o de seguran\u00e7a no pa\u00eds e em S\u00e3o Carlos fez toda a diferen\u00e7a, e as dificuldades entre a l\u00edngua persa e portuguesa foram resolvidas rapidamente. Por necessidade, hoje eles s\u00e3o fluentes, falam e entendem a l\u00edngua portuguesa com muita facilidade.
\nNo come\u00e7o n\u00e3o foi t\u00e3o f\u00e1cil, mas Umna contou que realizavam muita pesquisa pela internet e no Google tradutor para se adaptarem ao portugu\u00eas.
\n \u201cNo come\u00e7o, quando eu cheguei aqui, quando eu n\u00e3o entendia nada, eu ia para casa e pesquisava na internet, pelo Youtube, em outra l\u00edngua e na minha l\u00edngua para conseguir entender. Tamb\u00e9m minhas amigas e professores me ajudaram, e no come\u00e7o eles traduziam com Google tradutor. Mas agora que eu aprendi, ficou f\u00e1cil e eu consigo falar com eles, consigo interagir\u201d, disse.
\nUmna Saket disse que usavam bastante Google Tradutor para se comunicarem no in\u00edcio da adapta\u00e7\u00e3o em S\u00e3o Carlos
\nEly Ven\u00e2ncio\/EPTV
\nO jovem Mohammad Wagas Saket, de 14 anos, comentou que foram seis meses at\u00e9 ficar fluente. Para ele, o acolhimento foi fundamental. \u201cFiz muitos alunos porque todos me acolheram de bra\u00e7os abertos\u201d.
\nDesafios
\nO desafio de estar em um novo pa\u00eds reflete, al\u00e9m da l\u00edngua, na cultura, na religi\u00e3o e nos costumes. Dentro da escola n\u00e3o \u00e9 diferente. A dirigente regional de ensino de S\u00e3o Carlos, Debora Blanco, comentou sobre os desafios para garantir que os estudantes alcancem o aprendizado.
\n\u201cNos preocupamos com o acolhimento, com a quest\u00e3o s\u00f3cio emocional e com a seguran\u00e7a. \u00c9 um desafio muito grande e n\u00f3s precisamos respeitar a cultura porque eles chegam por diversos motivos, seja de estudos, quest\u00f5s pol\u00edticas ou econ\u00f4micas. H\u00e1 uma diversidade de raz\u00f5es que trazem esses alunos para as nossas escolas, ent\u00e3o a gente precisa se adaptar \u00e0 isso. E a gente consegue respeitar muito o que cada um traz consigo. N\u00f3s temos a quest\u00e3o religiosa, que \u00e9 muito respeitada e que tamb\u00e9m agregou muito pra n\u00f3s, na conviv\u00eancia com os nossos alunos para entender e saber das coisas que acontecem em pa\u00edses diferentes\u201d, finalizou.
\nIrm\u00e3os se adaptaram muito bem em S\u00e3o Carlos e comemoram nova vida na cidade
\nEly Ven\u00e2ncio\/EPTV
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