Centenas de águas-vivas aparecem mortas na praia do Cassino, em Rio Grande; entenda o motivo

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Fenômeno surpreendeu banhistas nesta terça-feira (9). Especialista explica que situação ocorre por dois motivos: natureza dos animais e época do ano. Águas-vivas apareceram mortas na praia do Cassino
Isa Severo/RBS TV
Os banhistas que veraneiam na praia do Cassino, em Rio Grande, na Região Sul do Rio Grande do Sul, foram surpreendidos ao encontrar a faixa de areia tomada por águas-vivas mortas nesta terça-feira (9).
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Pessoas ouvidas pela RBS TV contaram que eram centenas de animais. De acordo com Renato Nagata, professor no Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), duas situações ajudam a explicar o que aconteceu.
Uma delas é referente à natureza desses animais. Nagata conta que esse tipo de água-viva está distribuído nas áreas da Lagoa dos Patos e da praia do Cassino, se desenvolvendo desde o seu estágio juvenil até o final da vida.
“Se nós olharmos com atenção na praia, vamos enxergar elas pequenininhas, medindo poucos centímetros, ocorrendo neste momento na praia do Cassino. Elas vão crescer ao longo do ano e, aí, depois, lá pro final do ano, lá na primavera, elas vão atingir a maturidade, o tamanho adulto delas, vão se reproduzir e vão morrer”, conta.
Depois de morrer é que elas vão se acumular e, por conta da hidrodinâmica das ondas, vão encalhar na praia.
“E vão aparecer nesses números absurdos que nós estamos observando agora”, afirma.
A outra situação é a época do ano. Geralmente, esse tipo de fenômeno é esperado para entre os meses de novembro e o início de dezembro, e não até janeiro.
“Este ano, muito provavelmente em função das chuvas que tivemos, essas chuvas deixaram a Lagoa dos Patos com a água muito doce e a praia também. Essas águas-vivas preferem águas mais salgadas, oceânicas. Muito provavelmente, essa condição atrasou a aparição dessas águas vivas que apareceram agora em janeiro”, explica.
Praia do Cassino amanheceu tomada por águas-vivas mortas
Wesllem Alves/Arquivo pessoal
Águas-vivas no Cassino
O nome científico das águas-vivas que apareceram mortas na praia do Cassino é Lychnorhiza lucerna, também chamada por pescadores de “mãe d’água”.
Elas são inofensivas, mas, mesmo assim, é importante manter distância devido à possível manifestação de alergias.
Só nesta terça-feira, foram registradas nove lesões/queimaduras por águas-vivas na praia, segundo o Corpo de Bombeiros. Ao todo, desde o dia 16 de dezembro até agora, já foram registrados 1.143 casos de lesões na praia no local.
Em caso de queimaduras, os bombeiros orientam a procurar imediatamente a guarita mais próxima para receber o atendimento de um guarda-vida.
Como medida paliativa, é possível colocar vinagre na lesão para aliviar os sintomas da queimadura. Em casos mais graves, a indicação é procurar a unidade de pronto-atendimento mais próxima.
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