Partidos pró-democracia vencem eleição da Tailândia

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Resultado indica rejeição aos militares que dominam política do país desde golpe em 2014. No entanto, Constituição desenhada por junta militar impõe desafio para formação de governo liderado pela oposição.A oposição da Tailândia conquistou uma vitória expressiva nas eleições gerais que ocorreram neste domingo (14/05) no país, marcando uma rejeição do eleitorado aos militares que dominam a política do país a quase uma década.

Com mais de 99% dos votos apurados nesta segunda-feira, o Partido do Movimento Adiante deverá conquistar 151 das 500 cadeiras da Câmara dos Representantes, com o populista Pheu Thai em segundo lugar, com 141 assentos.

Já o partido do primeiro-ministro Prayut Chan-ocha, um general que chegou ao poder com um golpe em 2014, deve receber apenas 36 assentos eleitorais. Um monarquista conservador, Prayuth fez uma campanha eleitoral fortemente nacionalista, alertando que as promessas de reforma feitas pelos partidos da oposição trarão o caos.

O Pheu Thai é liderado por Paetongtarn Shinawatra, filha do ex-primeiro-ministro e bilionário exilado Thaksin Shinawatra. Já o Partido do Movimento Adiante é liderado por Pita Limjaroenrat, um executivo de tecnologia de 42 anos. Seus candidatos jovens fizeram uma campanha com uma mensagem simples: a Tailândia precisa mudar.

Estas eleições foram as primeiras no país desde os grandes protestos de 2020 que exigiram uma reforma da monarquia e expuseram profundas divisões no reino, entre as gerações mais jovens que querem mudanças e as elites ligadas ao rei e aos militares.

Os números divulgados nesta segunda-feira confirmam a tendência das sondagens, que previam uma “pesada derrota” para o premiê Prayut.

Ainda assim, o complexo sistema eleitoral da Tailândia dá ao candidato apoiado pelos militares uma votação confortável que pode limitar a mudança esperada ou mesmo abrir um novo período de instabilidade.

Embora os partidos de oposição estejam em alta na contagem, a constituição da Tailândia de 2017 foi projetada para favorecer partidos ligados aos militares.

Um partido político, ou coalizão, precisa obter uma maioria de 376 votos, tanto dos 500 assentos da Câmara dos Deputados quanto de um colégio de 250 senadores biônicos escolhidos a dedo pelos militares.

Nas controversas eleições de 2019, Prayut garantiu a sai continuidade como premiê justamente com o apoio desses senadores biônicos.

jps (Reuters, Lusa, ots)

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