Mãe de bebê que passou por cirurgia fetal em 2021 comemora o desenvolvimento do filho; ‘me sinto realizada’

Daniel Filho, de 1 ano e 4 meses, passou por uma cirurgia após ter sido diagnosticado com mielomeningocele, uma má formação do tubo neural que causa sequelas neurológicas e motoras. Camila e seus dois filhos, Daniel e Maria Eduarda
Livia Ferreira / g1
Mães são marcadas na história como símbolo de luta e força em prol de seus filhos. Neste 14 de maio, data que marca o Dia das Mães, o g1 entrevistou uma mãe que enfrentou uma batalha para garantir a saúde do filho, ainda no útero.
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Camila Assunção, mãe dos gêmeos Daniel Filho e Maria Eduarda, de 1 ano e 4 meses, mobilizou o Piauí no final de 2021 após revelar que seu filho, diagnosticado com mielomeningocele, uma má formação do tubo neural que causa sequelas neurológicas e motoras, precisaria passar por uma cirurgia fetal. Daniel foi o sexto gemelar a passar pelo procedimento no mundo, e o primeiro no Piauí.
Em 2023, a mãe comemora o resultado de todo o seu esforço. Seu filho está crescendo saudável e feliz, seguindo o desenvolvimento da irmã, que não precisou passar pela cirurgia delicada.
“Me sinto realizada. Olho para o meu filho e vejo somente uma cicatriz, já que ele praticamente não tem sequelas. Ele faz uma série de acompanhamentos, claro, mas sempre tem boas evoluções. O Daniel começou a caminhar agora e tem uma ótima coordenação motora, e isso é uma satisfação enorme para mim como mãe. Compramos essa briga, fomos atrás, e hoje vejo que deu tudo certo”, relatou a mulher.
No entanto, Camila contou que o caminho para garantir a saúde e qualidade de vida de Daniel foi árduo.
“No início eu fiquei desesperada. Passei cerca de 10 dias chorando pois não sabia o que fazer. No dia seguinte do diagnóstico, fui para Recife e ouvi de um especialista de medicina fetal que eu não conseguiria fazer a cirurgia lá, aí começamos a fazer rifas e feijoadas até conseguirmos realizar a cirurgia no Hospital Albert Einstein”, disse.
Dificuldades
Daniel, bebê que passou por cirurgia fetal no final de 2021
Livia Ferreira / g1
Quando questionada sobre as dificuldades que passou e segue passando em relação à Daniel, a mãe relembrou a época que teve que correr contra o tempo para arrecadar o valor do procedimento, que era de R$ 188 mil.
“A nossa primeira dificuldade foi encontrar um médico capacitado para fazer essa cirurgia, já que vários profissionais disseram que não era possível fazer o procedimento em uma gestação gemelar. Quando conseguimos a médica, tivemos que correr contra o tempo para arrecadar o dinheiro, já que a cirurgia custou R$ 188 mil, isso sem contar as despesas de 15 dias em São Paulo”, relatou.
Camila apontou que o pior passou, mas hoje enfrenta a falta de tempo para acompanhar Daniel e Maria Eduarda, que também necessita de cuidados extra por ter nascido prematura, em suas consultas, exames e terapias. A mãe contou que trabalha 40 horas, mas dá o seu máximo para estar presente na evolução dos gêmeos.
“Tudo isso me fortaleceu como mãe. Já havia perdido um bebê com 9 semanas de gravidez, e em menos de 1 ano engravidei de dois. É muito gratificante ter conseguido garantir a saúde dos gêmeos”, concluiu.
Mobilização em 2021
Família de Daniel
Livia Ferreira / g1
Camila Assunção recebeu o diagnóstico de mielomeningocele de Daniel no final de setembro de 2021. Após a negativa de muitos profissionais especializados em medicina fetal, a mãe conseguiu contatar a médica Denise Lapa, que fazia o procedimento no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
O procedimento foi marcado para o dia 24 de novembro de 2021, e o valor deveria ser pago até o dia 23 do mesmo mês. Com a urgência, Camila e o marido, pai dos bebês, iniciaram uma mobilização nas redes sociais, e organizaram rifas e feijoadas que tinham como intuito arrecadar o valor necessário para a cirurgia.
A cirurgia foi realizada, e Daniel vive hoje quase sem sequelas.
*Estagiária sob a supervisão de Catarina Costa
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