Mães e chefs de cozinha: elas revelam como unem a paixão pela comida e pelos filhos

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Chefs de cozinha do litoral de São Paulo ainda contaram as receitas preferidas dos filhos e o que aprendem na cozinha e ensinam para eles. Maisa Campos, que comanda Casa 147, e os filhos Antonio e Eva
Arquivo Pessoal
O amor pela cozinha fez elas se tornarem chefs. Mas, o amor pelos filhos fez essas mulheres se tornarem profissionais ainda mais cheias de paixão, criatividade e afeto pela comida. Três chefs de cozinha do litoral de São Paulo, explicaram ao g1 como é conciliar a pressão e as horas no trabalho com a tarefa de ser de mãe. Elas revelaram ainda as receitas preferidas dos filhos e o que aprendem na cozinha, ensinam para eles e levam para a vida.
Cecilia Oliveira trabalha como personal chef, cozinhando na casa de clientes e trabalhando em eventos em cidades da Baixada Santista. Durante a pandemia, ela ficou grávida de Benicio e, com as atividades paralisadas, conseguiu viver intensamente a gestação.
Dois meses após o parto, ela resolveu voltar ao trabalho e teve que se adaptar a uma nova rotina. “Tudo novo, eu não queria ficar longe do meu filho. Tive dificuldades financeiras por se autônoma e ter ficado sem trabalhar”, conta ela.
Os dias que em fica sozinha com Benício são mais corridos. Por vezes, ela explica que precisa mudar horários ou algo do trabalho para atender as demandas maternas. Com 1 ano e 8 meses, Benicio é um típico filho de cozinheira. Cecilia diz que ele ama comer e prova todas as comidas. A preferida é a panqueca da banana da mamãe.
“Ele é doido por comida. Na verdade, filho de cozinheira, ele ama comida de forma geral, ele gosta muito, come muito bem e bastante. Tenho que ficar de olho e dar uma brecada. Ele come de tudo, ceviche, peixe cru, tudo”
Cecília, grávida de 6 meses do segundo filho, e com o filho Benício
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Aos 28 anos, ela espera o segundo filho. Aos seis meses de gestação, ela continua na companhia das panelas. “Estou mais preparada e espero que no pós-parto eu volte a ativa logo. “Eu gosto trabalhar, ocupa a cabeça. E fazer o que eu gosto, é algo que me preenche”.
Cecilia decidiu esperar o bebê nascer para descobrir o sexo. A paciência que a cozinha lhe trouxe, que ela aplica na maternidade e quer ensinar para os seus pequenos.
“A paciência. A principal coisa que tenho passar e explicar para ele. Cozinha é paciência. Tudo tem quem tempo certo e exato para checar no ponto. Não adianta correr e nem adiantar. Exercer a paciência para as coisas ficarem prontas e darem certo”, diz.
Cecilia atua como personal chef na Baixada Santista
Arquivo Pessoal
Quando começou na profissão, Nykole Campos já era mãe. Ela já sabia que o trabalho exigia muito dela e conseguiu se organizar e conciliar a vida de cozinheira com a rotina das filhas Manuelly, de 11, e Rafaella, de 7 anos.Hoje, ela é chef de cozinha do restaurante Santos Sabores.
Além de conduzir uma equipe no trabalho, quer sempre estar junto com as filhas. “O maior desafio é estar presente na rotina deles. Mas, vamos driblando a falta de tempo, e tentando compensar a ausência. Mas sem dúvidas, é muito difícil”.
Nykole diz que as meninas entendem e amam a profissão da mãe. Cada uma tem um menu preferido. Enquanto Manuelly, a mais velha, é viciada em strogonoff e parmegiana, Rafaella ama ovo mexido, como a mamãe faz. Elas também são as primeiras a provar as novas receitas da chef. “Elas procuram me visitar [no restaurante] e aprovar as minhas criações”, conta a chef.
Com a profissão, ela diz que aprendeu que é preciso alguns sacrifícios para realizar os sonhos. E, tenta transmitir esse aprendizado também para as filhas. “Para chegar onde estou hoje e ser chef perdi muitos momentos com elas. E, hoje, depois de muitos anos elas entendem, aceitam e me incentivam”, fala Nykole.
Nykole, chef de cozinha do Santos Sabores, e as filhas Manuelly e Rafaella
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O amor pela cozinha é um caso antigo na vida de Maisa Campos, mas que ela só depois de vencer o primeiro Reality show Culinário Cozinheiros em Ação, apresentado por Olivier Anquier e exibido pelo canal GNT. A partir daí, Maísa decidiu transformar este amor em profissão.
Após uma temporada em Paris, para formação em cozinha no Le Cordon Bleu, ela voltou ao Brasil. Maisa abriu a Casa 147 e hoje comanda um time de cozinheiros. Ela também virou mãe de Antonio e Eva, que nasceu em 2022. Na última, ela enfrentou uma gravidez de alto risco, que a obrigou a desacelerar no trabalho.
“Mudei muito a minha relação com a profissão depois dos filhos. Principalmente, após minha segunda gestação. Enfrentei uma gravidez de alto risco, tive problemas sérios de saúde. E tudo isso me transformou. Levo o trabalho muito a sério, como sempre. Mas, passei a ter mais leveza e ser mais generosa comigo mesma”, conta.
Ser cozinheira, empresária, mãe e mulher ainda é um desafio diário. Ela conta que se desdobra em mil para dar conta das diversas funções que precisa executar. Segundo ela, as dificuldades são aquelas que toda mulher que ama trabalhar enfrenta: falta de tempo, trabalhar após noites sem dormir, conciliar horários, entre outras questões.
Maísa Campos, a frente da Casa 147, tem dois filhos: Antonio e Eva
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“Vez ou outra me sinto sobrecarregada. Mas, com maturidade, tenho encontrado atalhos que me proporcionam uma vida mais feliz e equilibrada”, diz. Cuidar dos seus amores é também o que a nutre para criar coisas bonitas e interessantes na cozinha. “Eles são parte do meu bem-estar. E meu bem-estar é parte do meu processo criativo”.
Antônio, com seus 6 anos, coleciona receitas preferidas que a mamãe faz. Ela diz que ele ama as coisas mais simples, como macarrão, kibe e bolo de cenoura.
“Ser cozinheira e ter uma empresa me ensinam diariamente. Resignação, doação, paciência, coragem, foco e entusiasmo são lições diárias. E todas elas são extremamente importantes na criação dos meus filhos. E com base nisso, penso em preparar meus amores para o mundo. Atribuições essa que acredito que preparam um ser humano para a vida”, diz Maisa.
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