Dupla muda nome da Av. Princesa Isabel, em Salvador, para Dandara dos Palmares

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Neste sábado (13), dia da abolição da escravatura no Brasil, placas estavam alteradas. Dandara foi uma quilombola que morou nos Palmares e uma das lideranças. Placas que indicam o nome da Avenida Princesa Isabel, em Salvador, passaram por intervenção e foram adesivadas com o nome da quilombola Dandara dos Palmares. Não há detalhes da data da ação, mas pessoas que passaram pelo local neste sábado (13), Dia da Abolição da Escravatura, viram a alteração na placa.
A avenida corta os bairros da Graça e Barra, considerados locais de alto padrão na capital baiana. O ato foi organizado por duas pessoas que fizeram uma publicação com vídeo nas redes sociais mostrando a ação. O artigo 163 do Código Penal em relação ao patrimônio público aponta que destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia pode resultar em pena de um a seis meses de detenção ou multa, além da pena correspondente à violência.
Dandara dos Palmares morou e foi uma das lideranças no Quilombo dos Palmares. Ela foi companheira de Zumbi, último líder do quilombo, com quem teve três filhos. Segundo historiadores, ela liderou a luta dos quilombolas contra os portugueses, além de ajudar trabalhando nas colheitas e na caça. Ela teria sido capturada pelos portugueses, e, para não ser escravizada, cometeu suicídio em 1694.
No texto publicado junto com o vídeo nas redes sociais, a dupla fala que apesar da formalização do fim da escravidão com a assinatura da Lei Áurea, foram “revoltas, movimentos e organizações de resistência negra” que resultaram na conquista.
“Fomos o último país a abolir a escravidão no ocidente. Em 13 de maio de 1888 a princesa Isabel assinava a Lei Áurea, que extinguia formalmente a escravidão no país. Quando se pensa nesse marco é preciso reforçar a narrativa de que essa conquista se deu a partir de revoltas, movimentos e organizações de resistência negra, como os quilombos. Não foi um gesto de benevolência da coroa portuguesa, além de toda revolta popular foi também resultado da pressão internacional inglesa, que desde 1845 proibia o tráfico negreiro. Depois da assinatura, no dia 14, o que restou para o povo negro sem qualquer política pública de reparação? Que o Brasil deixe de homenagear em espaços públicos personagens históricos ligados à colonização, escravidão e ao massacre dos povos indígenas e valorize os que de fato forjaram a luta por igualdade num país que ainda se sustenta com suor e sangue negro.”
O g1 entrou em contato com a Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador), que não ficou ciente da situação, nem recebeu chamados sobre o caso. Também não há informações se algum órgão municipal já fec a retirada dos adesivos.
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