Opinião: “Aí vem um novo clube de super-ricos – o dos trilionários”

Opinião: "Aí vem um novo clube de super-ricos – o dos trilionários"

Até sexta-feira, o Fórum Econômico de Davos deve divulgar dados, informações e prognósticos que podem nos fazer pensar sobre o futuro de nações, empresas e cidadãos. Logo no início dos trabalhos, surgiu uma previsão interessante: nos próximos cinco anos, teremos uma nova figura no clube dos super-ricos, os trilionários. Espera-se, assim, que, até 2030, teremos cinco ricaços com mais de um trilhão de dólares em ativos.

Este fenômeno é explicado pela velocidade com a qual as fortunas dos hoje bilionários têm crescido. Em 2024, os 2.769 indivíduos deste clube do bilhão tiveram suas fortunas engrandecidas em US$ 2 trilhões, em uma velocidade de crescimento três vezes superior ao que foi observado no ano retrasado.

Esses números e vaticínios vieram a público através da Oxfam. E o que vem a ser essa entidade? Segundo o próprio site da instituição, a “Oxfam é uma organização global que combate a desigualdade para acabar com a pobreza e a injustiça”. Ou seja, o anúncio de que teríamos em breve trilionários no planeta foi um gancho para falar mal da concentração de renda – algo que, de fato, está longe de ser o ideal para qualquer sociedade.

O problema, porém, está em como se analisa essa questão. Nos últimos dois dias, por exemplo, quem leu artigos e reportagens sobre a concentração de riquezas teve a impressão de que a culpa é dos bilionários. Ou seja, a pobreza existe porque os ricos ficam com um naco excessivamente grande dos lucros para si.

Isso até pode ser verdade. Mas o que aconteceria com nossas economias se não fosse a figura do empresário e do empreendedor? Sem essa figura atuando no jogo econômico, riquezas não seriam criadas e impostos não seriam pagos. Por que demonizar, então, o empresariado?

É muito fácil botar a culpa em quem está ganhando dinheiro e, aparentemente, não se preocupa com a erradicação da pobreza ou com o futuro do planeta. Há pessoas assim, é verdade, mas nem todos os ricos pensam dessa forma. Há vários bilionários que se dedicam integralmente a programas sociais ou iniciativas para melhorar a vida de todos.

O que seria melhor para diminuir a pobreza? Pegar um naco dessas fortunas e investir em iniciativas sociais estatais ou deixar os empresários criarem mais negócios e empregos? A segunda alternativa parece ser melhor, pois tem uma chance bem mais concreta de perenidade. Além disso, o dinheiro privado tem menor chance de ser desviado do que o público (aqui, é importante ressaltar que a corrupção e a falta de escrúpulos podem ocorrer nas duas esferas – mas o mundo dos empresários costuma ser mais eficaz quando metas são estabelecidas, ao contrário dos governos).

Enquanto nos iludirmos com o crescimento do imposto para os mais ricos como instrumento de equalização social, mais devagar iremos acabar com a pobreza e a miséria. Só existe uma maneira de combater esse mal: criar riquezas, estimulando o ambiente de negócios e abrindo novos mercados. Mais impostos apenas vão reduzir investimentos e retardar o surgimento de novos negócios.

Haverá, em breve, trilionários em nossa economia. Pergunta-se: e daí? Qual é o problema? É pecado mortal ser rico e colocar seu dinheiro em risco para estabelecer um legado? Claro que não. O caminho certo para o futuro é estimular a criação de riquezas e de fortunas – e não a trilha dos impostos e de programas que perdem dinheiro, por ineficiência ou coisa pior, até chegar aos mais pobres.

A solução está com os empresários, não com o governo. Portanto, deixem as empresas crescerem – e, com isso, a fortuna de seus donos. Toda a sociedade ganhará com isso.


*Coluna escrita por Aluizio Falcão Filho jornalista, articulista e publisher do portal Money Report, Aluizio Falcão Filho foi diretor de redação da revista Época e diretor editorial da Editora Globo, com passagens por veículos como Veja, Gazeta Mercantil, Forbes e a vice-presidência no Brasil da agência de publicidade Grey Worldwide;


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