Família de Ricardo Godói diz que estava com medo de tatuagem; PCSC investiga morte

A Polícia Civil está investigando a morte do influencer de carros de luxo Ricardo Godói, que aconteceu nesta segunda-feira (21) após a aplicação de uma anestesia para fazer uma tatuagem em um hospital particular em Itapema, Litoral Norte de Santa Catarina.

Segundo a família, o influenciador teria ganhado as tatuagens em uma parceria e ele iria fechar as costas. Para evitar dor no processo, ele teria optado pela anestesia, já que outros colegas haviam feito dessa forma.

Ricardo Godói morre após anestesia em hospital particular de Itapema – Foto: Redes Sociais/ Reprodução

Família de Ricardo Godói estava com medo de tatuagem

A família ainda disse à NDTV Record que estava receosa quanto a este procedimento, mas Godói já teria tomado essa decisão. Outra informação é que ele teria usado anabolizantes por anos, mas teria parado há 5 meses, pois a esposa estava tentando engravidar.

Ricardo Godói deixa esposa e 4 filhas. A Polícia Civil deve ouvir testemunhas nos próximos dias para prosseguir com a investigação do caso.

O portal ND Mais entrou em contato via telefone e e-mail  com o Hospital Dia Revitalite, onde teria acontecido o procedimento e, até às 15h20 desta terça-feira (21), não obteve retorno sobre o caso. O espaço segue aberto.

Família de Ricardo Godói estava com medo de tatuagem – Foto: Reprodução/Internet

Saesc explica como funciona anestesia para tatuagens

Além disso, o ND Mais também conversou com o Dr. Ricardo Zanlorenzi, diretor presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado de Santa Catarina (Saesc), para entender melhor a posição oficial dos conselhos de medicina sobre a anestesia pré-tatuagem.

Segundo o médico, no último ano, tem sido visto pelas sociedades regionais de anestesia uma grande quantidade de anestesistas trabalhando com tatuadores, especialmente em São Paulo.

Ele explica que existem até mesmo equipes especializadas em anestesia para tatuagens, todas elas em ambientes hospitalares. Porém, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), os médicos só poderiam realizar anestesia para médicos ou para dentistas habilitados.

Ricardo Godói é influenciador conhecido no meio de carros de luxo – Foto: Reprodução/Internet

Em 2024, o Conselho Regional de Medicina de SC (CRM-SC) respondeu uma consulta afirmando que não existe nada que impeça legalmente um médico de realizar anestesia, em um estabelecimento de saúde, para o paciente tatuar uma parte do corpo.

Zanlorenzi explica que, a partir deste parecer, está permitido desde que sejam cumpridos os critérios da resolução n° 2.174/2017, a qual todos os médicos anestesistas devem se submeter para a segurança do paciente.

Procedimento precisa ocorrer em hospital e com médico anestesiologista

De forma mais detalhada, o local precisa ter uma estrutura que ajude a atender intercorrências que, segundo o Dr. Ricardo, acontecem por uma questão estatística. O procedimento precisa ocorrer em um hospital, com um profissional qualificado, um médico anestesiologista.

Procedimento precisa ocorrer em hospital e com médico anestesiologista –  Foto: Canva/Divulgação/ND

Também é necessária a realização de exames pré-anestésicos e a explicação ao paciente sobre os riscos do procedimento.

“O anestesista está muito mais capacitado que um cardiologista para atender uma parada cardiorrespiratória, temos treinamentos recorrentes. Temos inclusive no Brasil a Sociedade Brasileira da Anestesia, que é uma vanguarda no mundo, temos curso especial para intercorrências em anestesia, que o nome é Suporte Avançado de Vida em Anestesia e esse curso é ministrado pelo Brasil inteiro”, diz o médico.

*Com informações da repórter Maressa Machado. 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.