SP tem 87 idosos para 100 crianças e adolescentes, diz Seade; lares têm filas de espera em Ribeirão Preto

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Estudo da fundação aponta que a proporção de idosos passou de 4,4%, em 1950, para 16,2%, em 2022. Segundo gestores, é preciso mais políticas públicas para aumentar vagas nas ILPIs. Lares que abrigam idosos estão com fila de espera em Ribeirão Preto, SP
O Lar Padre Euclides, em Ribeirão Preto (SP), tem capacidade para receber 49 idosos, mas hoje opera com dois a mais. A instituição de longa permanência (ILPI) acolhe pessoas que são triadas pela Secretaria Municipal de Assistência Social e estão em situação de vulnerabilidade ou que não conseguem mais cuidar de si mesmas sozinhas por causa da idade avançada.
Dados da Fundação Seade, que analisa informações econômicas, demográficas e sociais em São Paulo, mostram que são 7,3 milhões de idosos vivendo em São Paulo atualmente. A proporção é de 87 pessoas com mais de 60 anos para cada grupo de 100 crianças e adolescentes, com idade até 14 anos.
O estudo da fundação aponta que a proporção de idosos passou de 4,4%, em 1950, para 16,2%, em 2022.
Nos últimos 22 anos, o índice cresceu motivado pela queda de nascimentos e pelo aumento da expectativa de vida.
O levantamento mostrou que 60% das cidades com menos de 10 mil habitantes têm mais idosos do que jovens. Nesses municípios, mulheres representam 54% entre aquelas com 60 e 64 anos e 63,3% quando a idade sobe para 80 anos.
A projeção para 2026 é de números de idosos parecidos com os de crianças e jovens.
Idosos jogam baralho no pátio do Lar Padre Euclides em Ribeirão Preto, SP
Carlos Trinca/EPTV
Fila de espera
O crescimento da população com 60 anos ou mais implica o planejamento de políticas públicas para acolhimento deles nas instituições de longa permanência.
Somente na Casa do Vovô, são 85 moradores, mas há uma fila de espera com 200 pessoas. A instituição atende principalmente idosos vulneráveis que precisam de cuidados ou que tiveram os direitos corrompidos.
“Todos os dias recebemos solicitação de vagas. Já percebemos de cara que não conseguimos atender essa demanda, então trabalhamos com casos mais extremos, em que realmente se não tiver o atendimento, o idoso vai morrer”, afirma o gestor José Alexsandro Costa Rodrigues.
Idosos que vivem na Casa do Vovô em Ribeirão Preto, SP
Carlos Trinca/EPTV
A Casa do Vovô tem 105 funcionários, sendo 46 auxiliares de enfermagem. Segundo Rodrigues, o custo com cada morador varia de R$ 3 mil a R$ 5 mil mensais. Parte do montante é repassada pela prefeitura.
Uma área ainda não utilizada na Casa do Vovô tem capacidade para receber mais 80 idosos. Há espaço para a instalação de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de uma ampla cozinha, mas faltam recursos financeiros para a ampliação.
Aumento de vagas
No Lar Padre Euclides são 40 funcionários que demandam uma folha de pagamento de alto custo. Para cada idoso mantido no local, a entidade afirma que são necessários R$ 3 mil, em média, por mês. Desse valor, R$ 2,5 mil são repassados pela prefeitura.
O presidente Júlio César Ponton diz que o repasse dá folego à instituição para buscar recursos em outras fontes e conseguir dar uma boa qualidade de vida aos idosos acolhidos além de pagar por mão de obra qualificada.
Idosos caminham por pátio do Lar Padre Euclides em Ribeirão Preto, SP
Carlos Trinca/EPTV
Mas, segundo Ponton, é preciso pensar em expandir os serviços para atender mais gente.
“A demanda não vai diminuir, é uma realidade que vamos enfrentar nos próximos 10, 20 anos. A gente sempre vai precisar dessa parceria com a prefeitura e em contrapartida, as instituições têm que fazer o papel delas de acolher bem. Pegar o idoso que estava em situação de vulnerabilidade e fazer com que eles tenham uma qualidade de vida boa aqui na instituição”, afirma.
Segundo o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), vários projetos foram aprovados no Congresso Nacional voltados à população idosa nos últimos anos.
“Foram mais de R$ 10 milhões em emendas no meu mandato para elas. Só nesse ano de 2023 são mais R$ 5 milhões de emendas de custeio e de equipamentos não só para Ribeirão, mas para todas as cidades da região. Nós temos uma parceria muito forte com o terceiro setor, especialmente com lares de idosos”, diz.
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