Dólar oscila durante o dia e fecha a R$ 6,07 com alta de 0,20%

O dólar fechou a R$ 6,07, registrando uma leve alta de 0,20% no dia. Durante o pregão, a moeda oscilou entre R$ 6,09 na máxima e R$ 6,02 na mínima. A alta pode ter sido influenciada por notícias sobre a relação entre os Estados Unidos e a China, após uma conversa entre o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, que discutiram temas como comércio internacional e redes sociais.

Embora as declarações de Trump sobre possíveis aumentos nas tarifas de produtos chineses tenham causado incerteza, a notícia foi inicialmente bem recebida pelo mercado.

Na semana, o dólar teve uma queda de 0,59%, embora tenha mantido uma cotação acima de R$ 6,00 desde 12 de dezembro de 2024, completando 37 dias nesse patamar.

O mercado segue atento às ações de Trump, que assumirá oficialmente a presidência na próxima segunda-feira (20), e às possíveis repercussões de suas propostas econômicas, incluindo tarifas mais altas sobre produtos estrangeiros, que podem afetar o câmbio e pressionar o dólar para cima.

Impactos do retorno de Trump

Paula Zogbi, gerente de Research da Nomad, destaca que o fortalecimento do dólar é uma expectativa para o médio prazo, com a volta de Donald Trump à Casa Branca.

“O retorno de Donald Trump à Casa Branca tem o potencial de continuar fortalecendo o dólar no médio prazo, mesmo que o mercado já tenha precificado uma parte desse movimento”, diz.

Zogbi aponta que a alta nos custos de importação pode dificultar os cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed), o que tende a fortalecer o dólar. “Juros mais altos tendem a fortalecer o dólar pela diminuição do diferencial de juros em relação a outras economias”, afirma.

A análise também ressalta que a valorização do dólar pode ocorrer enquanto os juros nos EUA permanecerem elevados, o que atrai investidores em busca de proteção por meio de ativos livres de risco. Zogbi lembra que, durante o primeiro mandato de Trump, o dólar se valorizou em torno de 13% devido às tarifas impostas a países como China e México.

Além disso, ela cita declarações recentes de Scott Bessent, futuro secretário do Tesouro de Trump, que afirmou que o governo dos EUA pretende garantir que o dólar continue sendo a reserva mundial de valor, defendendo as tarifas e cortes de impostos.

Zogbi, no entanto, destaca que Trump também demonstrou preocupação com o impacto da força do dólar na competitividade das exportações dos EUA.

“O próprio Donald Trump consistentemente reclama da força do dólar minando a competitividade das exportações do país”, observa.

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