PF e Ibama identificam migração de garimpeiros expulsos de terras indígenas pelo Brasil e países vizinhos

Os investigadores já identificaram sinais de migração da terra índigena Yanonami para Venezuela, Guiana Francesa e Norte do Amapá, e também do oeste da Amazônia para Colômbia e Peru. PF e Ibama identificam migração de garimpeiros expulsos de terras indígenas pelo Brasil e países vizinhos
Reprodução/TV Globo
A Polícia Federal e o Ibama identificaram uma migração de garimpeiros que foram expulsos de áreas como a terra indígena Yanomami para outras regiões do Brasil e até para países vizinhos.
Só nos últimos dias, o Ibama destruiu 43 escavadeiras na terra indígena Sarare em Mato Grosso. Desde o começo do ano, já foram três grandes operações. Ao todo, 88 máquinas inutilizadas. Cada uma, custa em média R$ 1 milhão.
“A gente identificou máquinas novíssimas, com poucas horas de uso. Nós apreendemos, destruímos equipamentos com 50 horas de uso”, diz o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Jair Schimitt.
A Sararé é a segunda terra indígena com mais alertas de garimpo ilegal: são mais de mil nos últimos doze meses. É possível ver o avanço no crime em imagens.
“O trabalho só está começando. Está gerando resultados importantes, mas ele deve ser reforçado, cada vez mais”, afirma o o diretor de Proteção Ambiental do Ibama.
O aumento do garimpo na terra indígena Sararé revelou uma migração do crime. Garimpeiros que foram expulsos de locais na Amazônia onde a fiscalização está mais intensa. Tenta ocupar outras áreas aqui no Brasil e em países vizinhos.
Os garimpeiros que invadiram a terra indígena Sararé vieram de unidades de conservação, como a Munduruku e Trincheira Bacajá, no Pará. Mas os investigadores já identificaram sinais de migração da terra índigena Yanonami para Venezuela, Guiana Francesa e Norte do Amapá, e também do oeste da Amazônia para Colômbia e Peru.
Investigadores da PF estão em contato com policiais dos países vizinhos e dos estados da Amazônia para construir um plano de ação conjunta. O objetivo é sufocar o crime com operações coordenadas, além de destruir equipamentos e identificar os fornecedores de combustíveis e máquinas para organizações criminosas.
“A gente tem que atingir essas quadrilhas, essas organizações criminosas tanto em neste trabalho in loco, mas também na sua organização financeira, naquele braço que muitas vezes busca falsificar documentos para esquentar o ouro ilegal, a madeira ilegal, aquele braço que muitas vezes busca corromper agentes públicos para facilitar toda essa prática e também em braços que muitas vezes estão fora até de território nacional, com a destinação desse material ou desse capital ilegalmente aferido“, destaca o diretor da Amazônia e Meio Ambienta da PF, Humberto Freire de Barros.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.