Grandes empresas eliminam trabalho híbrido e reabrem debate sobre futuro

O trabalho híbrido, adotado por diversas empresas a partir da pandemia, agora enfrenta resistência de grandes corporações. O JP Morgan, um dos maiores bancos do mundo, anunciou que, a partir de março, todos os seus funcionários deverão retornar ao escritório para os cinco dias úteis da semana.

A decisão reacende debates sobre o futuro do trabalho e gera dúvidas sobre o impacto na flexibilidade conquistada nos últimos anos. A mudança já afeta outras grandes empresas, como a Amazon, que também anunciou o retorno obrigatório ao trabalho presencial.

Uma pesquisa recente revelou que 7 em cada 10 funcionários da Amazon consideram mudar de emprego caso sejam forçados a abrir mão do trabalho híbrido. “A Microsoft, que opera na mesma região da Amazon, está de olho nesses talentos insatisfeitos e pronta para contratá-los”, afirmou o pesquisador e palestrante Joaquim Santini em entrevista ao Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC.

Vantagens do modelo flexível

Santini disse que este modelo aumenta a produtividade e também contribui para a qualidade de vida e retenção de talentos. “Minha experiência com clientes no Brasil mostra que o rendimento e a qualidade do trabalho no modelo híbrido são notoriamente superiores ao que víamos há 5 anos, quando o trabalho era majoritariamente presencial”.

Apesar dos benefícios, muitas empresas ainda adotam um modelo mais tradicional, motivadas pela crença de que a supervisão presencial garante a produtividade. “Há líderes que precisam ver o funcionário no escritório para acreditar que ele está produzindo”, afirmou Santini.

Tendências futuras

Um modelo de trabalho que ganha força é a semana de quatro dias, já implementada em algumas empresas brasileiras e internacionais. “Esse formato tem aumentado significativamente a satisfação dos funcionários, além de melhorar o clima organizacional. No Brasil, ainda é algo inicial, mas vem se consolidando globalmente”, explicou Santini.

Para ele, o futuro do trabalho passa por um equilíbrio entre as demandas dos funcionários e as necessidades das empresas. “O segredo está na flexibilidade, com monitoramento baseado na confiança e não no controle. Um ambiente de trabalho saudável é essencial para o sucesso de qualquer organização”, concluiu.

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