‘Taxa das blusinhas’ faz com que preços de varejistas nacionais se aproximem de chinesas

O BTG Pactual divulgou relatório sobre os preços praticados pelas varejistas Shein, C&A, Renner e Riachuello, e avaliou que a ‘taxa das blusinhas’ tem ajudado a diminuir a diferença nos valores praticados pela chinesa com as demais.

  • Em janeiro de 2024 a diferença de preço entre um carrinho com oito itens na Shein e a Renner era de 28%, Riachuelo 31% e C&A 33%.
  • Em outubro do ano passado, a diferença de preço caiu para 16% entre a Shein e a Riachuelo, 9% com a Renner e 4% com a C&A, segundo o documento do banco, divulgado na última terça-feira (7).

A notícia é boa para o varejo nacional. Representa uma aproximação de 29 pontos percentuais para a C&A, 19 pontos para a Renner e 15 para a Riachuelo. “Ao analisarmos esses dados, esperamos que essa tendência perdure, pelo menos no curto prazo”, afirmou o relatório do BTG assinado pelos analistas Luiz Guanais, Gabriel Disseli e Pedro Lima.

A análise considera um carrinho com um vestido, calças jeans, calças jeans skinny, uma jaqueta, uma saia, uma camiseta, um shorts e uma camiseta colorida. Com a aproximação dos preços, o carrinho contendo os itens citados anteriormente totalizou R$ 765 na Shein, R$ 800 na C&A, R$ 909 na Riachuelo e R$ 840 na Renner. Para responder a sanções parecidas no passado, a Shopee seguiu uma tendência parecida, na qual trocou a maior parte de suas vendas internacionais por fabricantes e vendedores nacionais. A Shein deve fazer o mesmo. “Vemos um foco [da Shein] em desenvolver o seu marketplace localmente, enquanto a operação internacional perde participação no volume geral de vendas”, afirmou o banco. Quem também sai ganhando nessa conta é o Mercado Livre, segundo o BTG. Isso porque mais da metade do GMV (volume bruto de mercadoria) da empresa corresponde a compras com tíquete médio abaixo dos US$ 40 (aproximadamente R$ 250) e não é afetado pelas taxações.

Enquanto o varejo nacional sai ganhando, as quantidades e volumes de importações caem. Segundo a análise do banco, com dados da Receita Federal sobre as importações abaixo de US$ 50 dólares, em agosto do ano passado, após a implementação da ‘taxa das blusinhas’, o volume de importações caiu 40%. Voltou a subir logo no próximo mês, mas apenas 1%. Em novembro cresceu mais 8% e mais 9% em dezembro, para 13,3 milhões de remessas, número distante dos 18,6 milhões pré-taxação, em julho. O número de importações acima dos US$ 50 também caiu, 43%, em agosto do ano passado. Voltou a subir, aproximadamente 41 pontos percentuais, até novembro do ano passado, mas ainda abaixo dos níveis pré-taxação, chegando a 1,3 milhão de remessas, contra 1,6 milhão em julho.

A taxação de plataformas internacionais não é algo exclusivo do Brasil, pelo contrário, na América do Sul e Central, pelo menos 21 países realizam alguma forma de taxação parecida. Segundo dados do BTG, na região, a taxação brasileira, de 20%, é a terceira maior, ficando atrás do Uruguai, que aplica 22% e da Argentina, 21%. A taxa mais barata é de 4%, em Aruba. Na América do Norte, nenhum país, exceto o México (que taxa em 19%), aplica taxas acima de 10%. Os países do acordo da União Europeia aplicam taxas entre 17% e 27%.

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