Divórcio e pets: Como garantir o bem-estar do seu animal de estimação

Divórcio e pets: Como garantir o bem-estar do seu animal de estimação

A guarda de pets após a separação conjugal tem se tornado um tema relevante devido ao crescente número de lares com pets no Brasil. Este fenômeno reflete as mudanças no comportamento das famílias, onde a figura dos animais ganha cada vez mais destaque. Segundo estatísticas do Instituto Pet Brasil, existem cerca de 160 milhões de domicílios com animais no país. Este dado supera, significativamente, os lares com crianças, que somam aproximadamente 40 milhões, conforme o IBGE.

No entanto, a falta de legislação específica gera insegurança para os casais em processo de separação. Sem uma orientação clara, muitos recorrem ao sistema judicial para resolver conflitos relacionados à guarda dos pets. Diante disso, movimentações no Congresso Nacional começam a ganhar força, como a proposta da senadora Damares Alves, que propõe definições sobre a custódia de animais em divórcios.

O Projeto de Lei sobre a Guarda de Animais: O que está em Discussão?

O projeto de lei em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado busca preencher o vácuo legislativo sobre a guarda de animais domésticos. Em casos onde não há acordo entre os ex-cônjuges, o projeto delega ao juiz da vara de família a responsabilidade de determinar a divisão da custódia e das despesas. Os fatores para a decisão incluem o espaço disponível para o animal, o tempo dedicado a ele, e os cuidados providos por cada tutor.

Além disso, o projeto prevê que qualquer indício de maus-tratos pode resultar na perda da guarda por parte do responsável agressor. Despesas também devem ser compartilhadas igualmente entre os ex-cônjuges, promovendo uma abordagem equilibrada e justa na divisão de responsabilidades.

Como Funciona a Guarda Compartilhada de Animais?

A guarda compartilhada de animais, embora não formalmente regulamentada, já tem sido adotada por muitos casais como uma solução prática. A advogada especialista em direito da família, Carolini Cigolini, explica que enquanto a legislação não é promulgada, os juízes costumam adotar critérios semelhantes aos propostos no projeto de lei. Entre os critérios, destaca-se a disponibilidade de tempo, condições adequadas de moradia e o grau de afeto demonstrado.

Um exemplo prático é o de João Sebastião e Rodrigo Abreu, que decidiram pela guarda compartilhada de sua gatinha Ophélia. Com 14 anos, Ophélia vive entre os dois lares após o divórcio dos tutores. A decisão foi facilitada pelo carinho que ambos têm pelo animal, além do planejamento conjunto das despesas e cuidados necessários.

Créditos: depositphotos.com / websubstance

Quais os Desafios Enfrentados pelos Tutores de Animais em Separação?

A decisão sobre a guarda de um pet pode ser uma das mais emocionais durante o divórcio, similar a decisões relacionadas a filhos. Os tutores enfrentam o desafio de equilibrar suas responsabilidades enquanto asseguram que o bem-estar do animal não seja comprometido. Manter a rotina e os hábitos do pet em duas casas diferentes pode ser complicado, mas o consenso entre os responsáveis ajuda a mitigar estresses para o animal.

No caso de Ophélia, seus tutores ajustaram suas rotinas para garantir que ela receba o mesmo tipo de ração e cuidados em ambas as residências. Essa colaboração ilustra como a guarda compartilhada pode ser realizada na prática, mesmo na ausência de legislação formal.

Conclusões e Perspectivas Futuras

Enquanto o debate legislativo continua, a prática da guarda compartilhada de pets já reflete o desejo por soluções harmoniosas em casos de separação. Os tutores buscam acordos que respeitem as necessidades emocionais e físicas dos animais. A expectativa é que a formalização de uma lei específica ofereça segurança jurídica e incentivar práticas responsáveis, garantindo um tratamento justo e equilibrado para os animais envolvidos.

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