Então é Natal: semana marcada por baixa liquidez e agenda esvaziada

Com o fim de ano se aproximando, a semana mais curta nos mercados financeiros promete ser de baixa liquidez, tanto no cenário internacional quanto no Brasil. O foco se volta para os últimos indicadores econômicos do ano e os desdobramentos políticos e fiscais que podem influenciar o mercado em 2024.

Acordo nos EUA evita shutdown

O Congresso dos Estados Unidos conseguiu aprovar, às pressas, um acordo para evitar um shutdown do governo, rejeitando a exigência de Donald Trump de aumento no teto da dívida para 2025. A notícia trouxe alívio ao mercado, em um momento de ajuste nas expectativas para a política monetária americana. O PCE, índice de inflação preferido do Fed, apresentou desaceleração em novembro, fortalecendo as esperanças de um ciclo menos agressivo de cortes de juros no próximo ano.

Clima mais ameno no Brasil

No Brasil, o mercado foi surpreendido positivamente por um aceno conciliatório do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao setor financeiro. Durante um almoço com ministros na sexta-feira, Lula destacou a importância de não gastar além do que o governo arrecada e defendeu a autonomia do Banco Central, movimento que foi bem recebido pelos investidores.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também reforçou a continuidade do ajuste fiscal, classificando o recente pacote de cortes de gastos como apenas o início de uma série de medidas. No entanto, consultorias apontam que as alterações feitas no Congresso podem reduzir a economia esperada com as medidas, colocando em dúvida o cumprimento das metas fiscais para 2025 e 2026.

Dólar e juros em foco

Apesar do alívio trazido pelo discurso do governo, o mercado financeiro mantém cautela. O dólar fechou a semana em R$ 6,07, mesmo após intervenções recordes do Banco Central, que somaram US$ 27,77 bilhões apenas em dezembro. Na renda fixa, a curva de juros continua precificando uma Selic terminal acima de 16%, reflexo da desconfiança com a capacidade do governo de manter a disciplina fiscal.

Agenda da semana

A agenda econômica no Brasil tem como destaque o IPCA-15 e o Caged de novembro, ambos previstos para sexta-feira (27). O IPCA-15 deve desacelerar para 0,45% em dezembro, enquanto o mercado espera criação de 125 mil vagas formais de emprego no mês. Também estão previstos dados de transações correntes e investimento direto no país.Com feriados e volumes reduzidos, os investidores encerram o ano monitorando as condições fiscais e monetárias no Brasil e no exterior. O clima de calmaria nesta semana contrasta com os desafios esperados para 2024, como o ajuste fiscal no Brasil e o comportamento da economia global diante de uma possível desaceleração.

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