O Brasil empobreceu; até quando vamos aceitar o inaceitável?

Chegamos a um ponto alarmante no Brasil: um país onde a moeda desvalorizou cerca de 30% em apenas um ano, onde o custo de vida sufoca famílias e onde os serviços básicos como saúde, educação e segurança são tratados como privilégios, não como direitos. E o que mais me indigna é a apatia que tomou conta da sociedade. Parece que, aos poucos, aprendemos a aceitar o inaceitável.

Aceitamos a falta de qualidade na educação que condena gerações à mediocridade. Aceitamos hospitais sem medicamentos e insumos, filas intermináveis e vidas perdidas por falta de estrutura. Aceitamos viver com medo, reféns da insegurança em nossas próprias cidades. Aceitamos pagar preços exorbitantes por produtos básicos enquanto sustentamos a carga tributária mais alta do mundo. E, o mais assustador, aceitamos a corrupção, como se fosse um custo inevitável do sistema.

Mas não deveria ser assim. Não podemos esquecer que a máquina pública é financiada por nós. Cada imposto pago, cada centavo retirado do nosso bolso com a inflação que, aliás, é o pior dos impostos porque corrói o pouco que ainda temos sustenta esse sistema. E, ainda assim, muitos escolhem passar pano, justificar erros e perpetuar o “fla-flu” político, onde tudo se resume a torcidas, enquanto os problemas reais permanecem intocados.Essa polarização nos enfraquece. Enquanto brigamos entre nós, os mesmos políticos que criticamos continuam sendo eleitos, muitas vezes com votos de quem deveria estar cobrando mudanças. Esquecemos que eles estão onde estão porque nós os colocamos lá. E, ao invés de exigir eficiência, transparência e resultados, nos acomodamos. Quando foi que aceitamos que “é assim mesmo”? Que os políticos estão acima da cobrança, enquanto seguimos financiando sua ineficiência com nossos impostos e nossa falta de indignação?

O Brasil não empobreceu apenas nos números; empobreceu em sua ambição, em sua capacidade de sonhar com algo melhor. Vivemos uma normalização do absurdo, como se conviver com a mediocridade fosse nossa única opção. Mas não é. A mudança começa quando entendemos que o poder está em nossas mãos e que a cobrança não é apenas um direito, é um dever. Até quando vamos aceitar que o básico nos seja negado? Até quando vamos financiar a ineficiência e a corrupção com nosso silêncio? Até quando vamos escolher políticos que não nos representam e depois nos resignar com as consequências?

Não podemos mais nos contentar com um sistema que nos explora e nos entrega tão pouco em troca. O Brasil é maior do que isso. Mas só será, de fato, grande, quando deixarmos de aceitar o inaceitável. O que estamos esperando para nos indignar de verdade e exigir o país que merecemos?

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