Novas Regras à Vista: Anvisa Quer Mais Controle na Venda de Ozempic!

Novas Regras à Vista: Anvisa Quer Mais Controle na Venda de Ozempic!

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está considerando a introdução de uma nova regulamentação que requereria a retenção da receita médica para a compra de medicamentos análogos de GLP-1, como Ozempic, Wegovy, Mounjaro, e Saxenda. Esses medicamentos são principalmente utilizados para o tratamento de diabete tipo 2 e obesidade. A proposta visa a inclusão desses fármacos na lista de medicamentos que exigem prescrição médica com retenção de receita, uma categoria que atualmente inclui antibióticos.

Essa mudança está sendo promovida devido a um crescente uso indevido desses medicamentos, conforme dados coletados pela Anvisa através do Sistema VigiMed. Até setembro de 2023, foram registradas 1.165 notificações de usos fora das indicações recomendadas, sendo 92% referentes a substâncias como liraglutida e semaglutida, ingredientes ativos do Saxenda, Ozempic e Wegovy.

Por que Considerar a Retenção de Receita?

A motivação subjacente à proposta da Anvisa está na preocupação com o uso inadequado e potencialmente perigoso desses medicamentos, que pode resultar em riscos significativos à saúde. As análises indicam que muitos indivíduos utilizam esses medicamentos sem o devido acompanhamento médico, às vezes para finalidades estéticas que não requerem seu uso. Essa prática levanta preocupações sobre o acesso para aqueles que realmente necessitam do tratamento.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) e outras entidades médicas destacaram a importância de controlar melhor a distribuição desses medicamentos para prevenir uso indiscriminado, automedicação e possíveis complicações de saúde a longo prazo. Essas preocupações alimentam a necessidade de medidas regulamentares mais rigorosas.

Que Impactos a Nova Medida Pode Ter?

Créditos: depositphotos.com / oleschwander

Se implementada, a retenção de receita pode restringir o uso inadequado dos medicamentos análogos de GLP-1. No entanto, as sociedades médicas alertam para a importância de equilibrar essa medida com a necessidade legítima de acesso por pacientes que necessitam desses tratamentos. A preocupação é que a medida não deve estigmatizar o tratamento de condições crônicas e não curáveis, como diabetes e obesidade.

  • Promover o uso racional e seguro desses medicamentos
  • Evitar o uso indiscriminado via automedicação
  • Garantir acesso apenas a quem realmente necessita

A proposta também levanta questões sobre a eficácia a longo prazo de tais regulamentos, dado que outros medicamentos, como os antibióticos, enfrentam problemas similares de uso indevido apesar das regras já existentes.

Qual a Posição das Entidades Médicas?

Entidades médicas como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) apoiaram a proposta da Anvisa em uma carta aberta. Elas enfatizam a necessidade de medidas que garantam o uso responsável e seguro destes medicamentos.

No entanto, as entidades médicas também pedem que a Anvisa defina prazos claros para a validade das receitas e estabeleça mecanismos para reavaliação da eficácia dessa medida no futuro. Estas organizações se comprometem a monitorar os impactos da retenção de receitas e promover o uso responsável dos análogos de GLP-1 através de educação médica contínua.

Em meio a essas discussões, a necessidade de um equilíbrio cuidadoso entre controle de distribuição e acesso adequado permanece um foco central tanto para a regulação proposta quanto para o seu debate público em curso.

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