Homem que xingou frentista de ‘macaco’ em Curitiba é denunciado por ameaça e injúria racial; Justiça negou pedido de prisão

homem-que-xingou-frentista-de-‘macaco’-em-curitiba-e-denunciado-por-ameaca-e-injuria-racial;-justica-negou-pedido-de-prisao


Juíza determinou que Marcelo Francisco da Silva use tornozeleira eletrônica. g1 tenta contato com advogados dele. Defesa de vítima disse que decisão é ‘equivocada’. Cliente é filmado xingando frentista de ‘macaco’ e ‘nordestino dos infernos’, em Curitiba
O Ministério Público denunciou, nesta sexta-feira (20), Marcelo Francisco da Silva, cliente de um posto de combustíveis que foi filmado xingando um frentista do estabelecimento de “neguinho”, “otário” e “nordestino dos inferno”. Veja o vídeo acima.
✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp
✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram
O caso aconteceu na madrugada do último sábado (14), em Curitiba. Segundo a denúncia, ele deve responder por injúria e ameaça agravadas e vias de fato.
O g1 tenta contato com a defesa dele.
Também nesta sexta, a Justiça negou o pedido de prisão preventiva do homem. A Polícia Civil, que fez a solicitação, disse que ele deveria ser preso para “a garantia da ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal”.
“Não se pode invocar a comoção popular que a divulgação das imagens causou. São as condutas do representado (Marcelo) que estão em discussão, e não a repercussão delas. Todavia, a liberdade é a regra e a prisão somente se justifica quando não for cabível sua substituição por outras medidas cautelares”, disse a juíza Katiane Fatima Pellin, da 6ª Vara Criminal de Curitiba na decisão que negou a prisão.
Como aconteceu
Nas imagens que mostram os xingamentos, Marcelo vira em direção a outra pessoa que está no caixa do posto e afirma que a vítima “veio do nordeste pra querer ser gente” na capital paranaense.
Cliente é filmado xingando frentista de ‘macaco’ e ‘nordestino dos infernos’, em Curitiba
Divulgação
A gravação não mostra como a confusão começou, mas de acordo com o Boletim de Ocorrência (B.O.), Marcelo ficou alterado durante a compra de um macarrão instantâneo.
Conforme o documento, uma das vítimas pediu para registrar a compra antes de deixar o homem fazer o macarrão, o que deixou o suspeito irritado.
Leia também:
Polícia faz operação em acampamento do MST um dia após bloqueio de rodovia no PR; 98 agentes participam da ação
Pai de menina de 11 anos conta como localizou homem suspeito de tentar sequestrar a criança, em Quatro Barras
Secretaria da Educação abre inscrições para PSS de professores em todo o Paraná; salários chegam a R$ 6,1 mil
Justiça determina uso de tornozeleira
A juíza Katiane Fatima Pellin determinou, também nesta sexta, que Marcelo use tornozeleira eletrônica por 90 dias.
Além disso, a decisão diz que ele está proibido de se aproximar a menos de 200 metros do posto de combustíveis, assim como manter contato com as vítimas por qualquer meio.
Na delegacia, o silêncio
Acompanhado de dois advogados, Marcelo Silva foi à delegacia para ser ouvido na última segunda-feira (16). Ele estava de boné e usava uma máscara para esconder o rosto.
Marcelo Francisco da Silva chegou na delegacia acompanhado dos advogados
Reprodução/RPC
De acordo com o delegado, ele preferiu ficar em silêncio durante o depoimento e foi liberado.
Na saída, os advogados disseram que Marcelo não disse nada por orientação da defesa, mas que vai prestar os esclarecimentos com o andamento das investigações.
Defesa das vítimas critica decisão
Em nota, o advogado Igor José Ogar, que representa as vítimas, disse que a decisão da Justiça em negar a prisão “é equivocada, contrariando os pedidos da autoridade policial e do Ministério Público”.
Para a defesa, “esse tipo de decisão parece um incentivo e um convite aquele ato de bárbarie”.
Mais assistidos do g1 PR
Leia mais em g1 Paraná.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.