Polícia faz operação em acampamento do MST um dia após bloqueio de rodovia no PR; 98 agentes participam da ação

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Operação ocorre um dia após integrantes do MST renderem dois policiais em manifestação que bloqueou a PR-170. Quatro pessoas foram presas e outras seis estão prestando depoimento na delegacia. Manifestação do MST bloqueou a PR-170 em Guarapuava
Divulgação/PRE
O acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Guarapuava, na região central do Paraná, está sendo alvo de uma operação policial na manhã desta sexta-feira (20). No local, estão sendo cumpridos dois mandados de busca e um de apreensão.
Ao todo, 98 agentes participam da ação, entre equipes da Polícia Militar (PM), Pelotão de Choque da PM, Polícia Civil, Polícia Rodoviária, Polícia Ambiental e Corpo de Bombeiros.
A operação ocorre um dia após integrantes do MST bloquearem a PR-170 por cerca de três horas. Durante a manifestação, que reivindicou a regularização fundiária de 14 comunidades, dois policiais foram rendidos e retirados da pista por manifestantes. Relembre abaixo.
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Segundo a PM, na operação desta sexta-feira (20) todos os integrantes do movimento foram revistados.
Até a última atualização desta reportagem, a polícia informou que foram apreendidas duas pistolas, uma espingarda e munições.
Quatro pessoas foram presas, três por porte de arma e uma por porte de munição.
Outras seis pessoas foram levadas à delegacia de Polícia Civil para prestar depoimento. A suspeita é que elas tenham participado da rendição dos policiais durante a manifestação.
A polícia também afirma ainda que duas pessoas suspeitas de terem participado da rendição fugiram do local e não foram localizadas.
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Manifestação teve policiais rendidos pelo MST
PMs são rendidos pelo MST em manifestação no Paraná
Dois policiais militares aparecem em vídeo rendidos por integrantes do MST em manifestação na PR-170 em Guarapuava, na manhã de quinta-feira (19).
As imagens foram gravadas de dentro de um carro que passa pela rodovia. No vídeo, os dois policiais aparecem sendo retirados do local, rendidos pelos braços, pelos manifestantes às margens da estrada. Veja no vídeo acima.
O protesto, segundo o MST, cobra a reforma agrária na região e chegou a bloquear temporariamente a rodovia por cerca de três horas.
A Polícia Militar disse, em nota, uma equipe foi ao local diante da interdição da rodovia e pediu “de maneira pacífica” para os manifestantes liberarem a estrada.
A corporação disse ter avisado ao movimento que há, inclusive, decisão judicial proibindo o bloqueio da via.
“Em momento posterior, conforme pode ser visto em vídeos que circulam pelas redes sociais, utilizando de força e agressão, os manifestantes retiraram a equipe policial do local”, disse a PM.
De acordo com a polícia, os agentes envolvidos passam bem e nenhum deles foi feito refém.
O g1 questionou o MST sobre a manifestação e especificamente sobre a afirmação da PM de que houve uso de força e agressão contra os agentes.
O MST afirmou, em nota, ser falsa a informação que circula em redes sociais de que o grupo teria feito os policiais reféns.
O movimento afirma que cerca de 300 camponeses e camponesas bloqueavam parcialmente a PR-170 para cobrar uma resposta do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária no Paraná (Incra-PR) sobre a regularização fundiária de 14 comunidades da região.
A manifestação começou ainda na tarde de quarta-feira (18), foi paralisada, e retomada na manhã de quinta, na altura do km 390. Nesse período, foi permitido apenas o tráfego de veículos de saúde.
A fila chegou a somar cerca de 6 km de congestionamento sentido Pinhão e 3 km de congestionamento sentido Guarapuava.
Manifestação por reforma agrária
Em nota, o MST também disse que o movimento busca a regularização fundiária de 14 comunidades camponesas Sem Terra e de Posseiros, localizadas nos municípios de Inácio Martins, Pinhão e Guarapuava , na região central do estado, e Reserva do Iguaçu, no sudoeste .
Juntas, as comunidades formam a chamada “Brigada Cacique Guairacá” do MST no Paraná. Segundo o movimento, são cerca de duas mil famílias – algumas há mais de 30 anos à espera da formalização dos assentamentos.
“As pautas foram apresentadas em uma assembleia com o INCRA, realizada na região há 90 dias. Sem resposta do órgão na data prometida, as famílias ocuparam a estrada sem prazo para sair, até que sejam ouvidas”, destaca o MST.
Em nota, o movimento disse que uma reunião foi marcada para a tarde desta sexta-feira (20), em Guarapuava, com representantes da Ouvidoria Agrária Nacional, da Ouvidoria Agrária estadual e do Centro Judiciário de Soluções de Conflitos (Cejusc) do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).
Ao g1, o INCRA disse que “desde o início do ano mantém intenso diálogo com os movimentos sociais” e que na sexta-feira (20) um representante da direção do órgão, de Brasília (DF), vai a Guarapuava para se reunir com a Câmara de Conciliação Agrária e servidores da autarquia no estado para “firmar entendimento e esclarecimentos sobre as pautas com os trabalhadores rurais sem terra”.
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