Mães universitárias relatam os desafios de conciliar trabalho, estudo e maternidade: ‘Nunca pensei em desistir’

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g1 entrevistou mulheres que apesar das dificuldades não abriram mão da maternidade e se formam ainda esse ano. Laura Alves com a filha Maria Alice e Tainá Alvarenga grávida
Arquivo Pessoal
Conciliar trabalho e estudo já não é uma tarefa fácil. Agora, imagina juntar com a maternidade. É um desafio de muitas mães brasileiras que precisam se adaptar para dar conta de todos os afazeres, seja na casa, no trabalho, mas também com as atividades universitárias.
Mesmo com tantos obstáculos, essas mulheres vão construindo a sua história ao lado de seus filhos, como a Laura Alves, de 21 anos, que foi mãe há cinco meses. Para concluir a realização de um sonho, ela precisa de muita responsabilidade, esforço e o apoio da família.
O g1 entrevistou mulheres que, apesar das dificuldades, não abriram mão da maternidade e se formam ainda esse ano em uma faculdade de Sorocaba (SP). Mãe da Maria Alice, de cinco meses, Laura contou que engravidou em 2022, quando estava no sétimo semestre da faculdade.
“Para mim foi um desafio enorme, principalmente por morar em outra cidade e estar trabalhando. Não foi fácil. Por mais que tive uma gestação tranquila, tinha seus altos e baixos, mas nunca passou na minha cabeça em desistir ou trancar a faculdade, pois sempre tive o apoio dos meus pais, do meu marido e dos meus colegas.”
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Moradora de Sarapuí (SP), Laura está cursando o último semestres de administração de empresas. Para assistir as aulas, ela precisa viajar quase 63 km para ficar cada vez mais perto do seu sonho.
Ela ainda conta que foi o maior desafio da sua vida, pois além de ser cansativo, ela não tinha a mesma disposição, mas com o grande suporte da faculdade, conseguiu cursar até um mês antes da Maria Alice nascer.
“Sem o suporte e sem esse apoio, acredito que seria bem mais difícil, até porque estar em uma gestação não é fácil, e ainda morar em outra cidade, isso dificultava demais, principalmente pelo cansaço”, relata.
Mesmo com a correria e as críticas, as mães não costumam desistir, e sempre se desdobram para fazer o melhor em todos os sentidos.
“Foi o maior desafio da minha vida. Porém, hoje, ela é meu maior presente, e quando olho por tudo que passei, vejo o quanto sou forte, esforçada, e isso me mostrou o quanto eu sou capaz de conseguir e correr pelos meus objetivos e sonhos, Me mostrou que diante a gestação sempre estive ali fazendo meu melhor.”
Maria Alice, filha de Laura Alves, de 27 anos
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Muitas faculdades e universidades dão um suporte para as mamães e os bebês. Neste semestre, a Athon, que é uma instituição de Sorocaba e que ajudou a Laura, está com uma aluna grávida e três de licença gestante, que de acordo com a legislação, é de 90 dias e pode ser tirado a partir do oitavo mês.
Após o período de licença, se a mãe precisar de algum suporte, a faculdade irá ajudar conforme a necessidade. Ainda é disponibilizado uma sala para que a mãe possa amamentar o recém-nascido.
Outro exemplo de uma mãe que não pensou em desistir e a Tainá Alvarenga, de 27 anos, de Sorocaba (SP), que está grávida de 14 semanas. Ela conta que a sua maior dificuldade tem sido conciliar todas as tarefas de mãe, com o estudo e com o trabalho, uma vez que tudo é presencial, se tornando bem corrido e cansativo.
“Desistir não é uma opção, pois é por meio do estudo e do trabalho que a gente pode dar uma vida melhor para esse neném que tá por vir, né? Existe muita compreensão de alguns professores e de colegas de classe. Isso ajuda a ficar mais leve as coisas.”
Acadêmica do penúltimo semestre de relações internacionais, ela ainda explica o parto está previsto para acontecer em novembro, final de semestre. “É época de prova final, mas acredito que vai dar tudo certo, não sei como, mas vai. Acredito que o sentimento de realização e felicidade vai ser maior que tudo, de poder realizar os dois sonhos ao mesmo tempo, de concluir a faculdade e ser mãe”.
Comentários negativos não foram motivos para fazer Tainá desistir. Ela passou a desconsiderar as críticas e se fortalecer em que a apoia, como o marido. “Ele me apoia muito, me ajuda em tudo que pode. Ele até sugeriu para eu conseguir um diploma para o bebê também, já que ele está me acompanhando durante todo esse ano letivo”, brinca.
Rotina
Com diversas funções, cada uma precisou se adaptar para dar conta de todas as tarefas
Arquivo Pessoal
Com diversas funções, cada uma precisou se adaptar para dar conta de todas as tarefas. Laura conta que após a licença maternidade, voltou a trabalhar e ir para a faculdade.
A rotina, segundo ela, não é fácil, mesmo não precisando ir todos os dias da semana para a faculdade. Os dias que precisa tem que deixar a filha com a sogra, com a mãe ou com o marido, mas no final todo sacrifício vale a pena.
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“É uma fase difícil porque você acaba tendo de estar sem ela, mas tudo que faço e por ela. Então, um dia ela vai entender o que foi preciso eu fazer, mostrar que diante a gestação fui capaz de continuar estudando e trabalhando. E terminar a faculdade é um sonho diante dos obstáculos no caminho, e, sem dúvidas, eu não ter trancado ou desistido por conta da gestação é uma vitória.”
A realização dos sonhos demanda responsabilidades, missões e cuidados. Tainá conta que, por ter uma gravidez de risco por conta da diabetes, a rotina se torna ainda mais intensa, pois precisa conciliar consultas, o trabalho e a faculdade.
“Mesmo com a correria, sempre tento me alimentar da melhor maneira possível por causa do bebê também. Mas acredito que logo eu consigo acostumar com tudo. Graças a Deus tenho essa rede de apoio que me ajuda muito.”
Dia das mães
Nascimento da Maria Alice, filha da Laura Alves
Arquivo Pessoal
Para Lauta e Tainá, ser mãe é sentir coisas inexplicáveis, além de ser uma experiência enriquecedora e desafiadora. Significa cuidar, amar, proteger, educar, orientar e ser um exemplo.
“Ser mãe ainda é uma novidade, e a cada dia é algo novo, uma experiência nova, um desafio e uma descoberta, principalmente, por ser mamãe de primeira viagem. É o meu primeiro Dia das Mães e que seja sempre inesquecível, pois hoje sou uma mulher nova, mais forte, mais completa, pois agora sou mãe! Então, é um sentimento que não dá pra explicar”, finaliza Laura.
Tainá relembra que não estava com nenhuma expectativa para os dias mães, pois achava que, por estar gravida, não teria tanta atenção. “Estou surpresa com toda atenção e mimos que venho recebendo dos amigos e família.”
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