Delegada diz que torcedor cruzeirense ferido após emboscada palmeirense está internado em UTI em situação ‘bastante grave’


Integrante da Máfia Azul do Cruzeiro está hospitalizada há duas semanas em Franco da Rocha após ter sido agredido pela Mancha Alviverde do Palmeiras. Um torcedor morreu e 17 cruzeirenses ficaram feridos. Um palmeirense está preso e outros seis são procurados. Ônibus foram destruídos durante briga entre torcedores de Palmeiras e Cruzeiro na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na Grande SP
Montagem/g1
Um dos 17 cruzeirenses agredidos por palmeirenses em 27 de outubro segue internado nesta quinta-feira (7) em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual de Franco da Rocha, na Grande São Paulo. Um 18º cruzeirense morreu no dia do ataque (saiba mais abaixo).
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A informação foi confirmada pela TV Globo e pelo g1 com a Polícia Civil e com a unidade médica onde o paciente está hospitalizado há duas semanas. Não há previsão de alta. O nome e idade dele não foram divulgados.
“Um dos socorridos feridos tá no estado bastante grave. Ainda na UTI, mas com uma situação, infelizmente, bastante, bastante grave.”, disse nesta semana à reportagem a delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Segundo a delegacia que investiga o caso, todos os outros 16 torcedores do Cruzeiro já tiveram alta médica e deixaram os hospitais para onde foram levados após o ataque da torcida do Palmeiras em Mairiporã, na região metropolitana. Um cruzeiro acabou morto na emboscada na Rodovia Fernão Dias.
Barras de ferro e rojões
Como foi planejada a emboscada da torcida Mancha Alviverde contra os rivais da Máfia Azul
Integrantes da Mancha Alviverde, maior torcida organizada do Palmeiras, usaram barras de ferro e rojões para baterem em membros da Máfia Azul, do Cruzeiro. Eles usaram miguelitos (pregos retorcidos) para furar os pneus de dois ônibus dos torcedores cruzeirenses. Um dos veículos foi incendiado e outro acabou depredado.
De acordo com a investigação policial, os palmeirenses atacaram os cruzeirenses para se vingar deles de um ataque sofreram na mesma rodovia em 2022, mas em Minas Gerais. Naquela ocasião, torcedores da Máfia bateram nos rivais da Mancha e compartilharam vídeos das agressões nas redes sociais.
No troco, os integrantes da Mancha fizeram os mesmo. A polícia analisou esses vídeos e filmagens de câmeras de monitoramento para identificar os palmeirenses que agrediram os cruzeirenses no mês passado.
7 palmeirenses identificados
Os sete palmeirenses que tiveram as prisões decretadas (da esquerda para a direita): Jorge Santos, Leandro Santos, Aurélio Lima e Alekssander Tancredi (na primeira linha); Felipe Santos, Neilo Silva e Jeovan Patini (na segunda linha)
Reprodução/Arquivo pessoal
Um palmeirense foi preso temporariamente por determinação da Justiça. Outros seis estão sendo procurados e são considerados foragidos. São eles:
Alekssander Ricardo Tancredi: torcedor da Mancha preso na sexta-feira passada foi indiciado pela polícia por homicídio, lesão corporal, dano, tumulto e associação criminosa. Está detido temporariamente por 30 dias na carceragem do 8º Distrito Policial (DP), no Brás. É investigado por suspeita de participar da execução do crime.

Jorge Luiz Sampaio Santos: presidente da Mancha é apontado pela investigação como o responsável por idealizar, planejar e executar a emboscada aos cruzeirenses. Teve a prisão temporária decretada mas está foragido.

Felipe Mattos dos Santos: o “Fezinho”, vice-presidente da torcida, também é investigado por participação decisiva na execução do plano. Segue foragido.

Leandro Gomes dos Santos: o “Leandrinho”, diretor da organizada, é foragido.

Aurélio Andrade de Lima: torcedor da Mancha, está foragido.

Neilo Ferreira e Silva: o “Lagartixa”, professor de boxe e muai thai, apontado como linha de frente da Mancha na emboscada, segue foragido.

Jeovan Fleury Patini: torcedor na Mancha e foragido.
Segundo a investigação, todos os palmeirenses que forem identificados e presos responderão por participação no homicídio do cruzeirense José Victor Miranda e nas lesões corporais contra os outros membros da Máfia. Além disso, serão responsabilizados por dano, tumulto e associação criminosa.
Quem tiver informações sobre o paradeiro dos investigados pode telefonar para o Disque-Denúncia pelo número 181. Não é preciso se identificar.
Justiça revogou prisão de investigado
Henrique Moreira Lelis, o ‘Ditão da Mancha’, teve a prisão revogada pela Justiça
Reprodução/Arquivo pessoal
Ainda nesta semana, a Justiça revogou o mandado de prisão temporária que havia decretado contra Henrique Moreira Lelis, o “Ditão da Mancha”. A defesa dele provou que o palmeirense estava no Rio de Janeiro quando ocorreu o ataque em Mairiporã.
O pedido de prisão havia sido feito pela Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), na capital paulista. Antes da revogação da prisão, Henrique estava sendo procurado pela polícia.
Após essa falha na identificação do suspeito, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) tirou a investigação da Drade e passou a competência dela para a 3ª Delegacia de Investigações de Homicídios Múltiplos da Divisão de Homicídios do DHPP.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP) acompanha as investigações. Segundo o órgão, ao menos 150 membros da Mancha participaram da emboscada à Máfia.
Na semana passada, a Federação Paulista de Futebol (FPF) divulgou comunicado interno informando que irá acatar a recomendação do MP para proibir a presença da Mancha Alviverde ou de torcedores com seus uniformes e bandeiras em estádios de futebol no estado de São Paulo.
José Victor Miranda, torcedor do Cruzeiro morto em São Paulo
Facebook/ Reprodução

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