Superávit crescente impulsiona exportações e fortalece a economia de Roraima


Roraima tem se destacado com crescimento considerável na balança comercial nos últimos anos Soja é produto de de destaque nas exportações em Roraima
Divulgação
Com superávit cada vez maior, o Estado se posiciona como um novo polo econômico, impulsionado principalmente pela produção agropecuária e expansão das fronteiras comerciais com países vizinhos.
Entre 2019 e 2023, o estado registrou um total aproximado de US$ 1,5 bilhão em exportação de mercadorias, o que representa um aumento de 134%. Dados da Coordenação-Geral de Estudos Econômicos e Sociais (CGEES) da Secretaria de Planejamento e Orçamento (Seplan) de Roraima mostram que o Estado saiu de US$ 157 milhões em exportações em 2019 para quase US$ 369 milhões em 2023.
Os gêneros alimentícios se destacam entre os produtos mais comercializados, com a soja e seus derivados liderando as exportações. A Venezuela continuou a ser o principal parceiro comercial do estado, com US$ 937 milhões em exportações direcionadas ao país nos últimos cinco anos. A China e a Turquia foram os segundo e terceiro maiores compradores, com US$ 100 milhões e US$ 87 milhões, respectivamente.
O governador Antonio Denarium destacou as iniciativas implementadas para fortalecer a economia local e promover a internacionalização do Estado. Segundo ele, os números refletem esse progresso, com exportações superando recordes a cada ano, o que tem contribuído para o desenvolvimento do estado e para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB), além de gerar empregos e renda para a população.
“Estamos implementando diversas ações para fortalecer a economia de Roraima e promover sua integração no mercado internacional. Os resultados que observamos são prova desse trabalho, com nossas exportações têm batido recordes a cada ano. Isso não apenas alavanca o nosso PIB, mas também gera mais empregos e melhora a renda da nossa população. Seguiremos dedicados a fazer de Roraima um verdadeiro centro de desenvolvimento na Amazônia”, afirma o governador.
O crescimento das exportações em Roraima é um reflexo de um ambiente de negócios mais favorável, que tem permitido aos empresários locais capitalizar sobre a posição estratégica do estado. Fábio Martinez, secretário-adjunto de Planejamento e Orçamento, destaca a evolução impressionante dos números, revelando que o que antes levava um ano para ser alcançado agora é alcançado em apenas um mês.
Divulgação
Crescimento das exportações em Roraima também é impulsionado pela expansão do agronegócio
“Antigamente a gente no ano inteiro não exportava, exportava-se menos do que vinte milhões de dólares. Hoje esse é o valor que a gente exporta em um mês, às vezes até menos. Isso se deu justamente por um melhor ambiente de negócio aqui no estado de Roraima que propiciou aos empresários locais a tomarem vantagem da nossa posição estratégica”, reforçou o secretário.
Balança segue batendo recordes
A balança comercial de Roraima alcançou um superávit de US$ 21,3 milhões em setembro de 2024, segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), divulgadas pelo Portal Comex Stat. No mês, o estado registrou exportações de US$ 23,3 milhões e importações de US$ 2 milhões.
Os dados mostram que a soja e seus derivados continuam a dominar as exportações, representando 48% do total, equivalente a US$ 11,1 milhões. Os principais destinos para esses produtos foram Grécia, Guiana, Venezuela e Guiné. Vale ressaltar que a soja em grãos foi enviada exclusivamente para a Grécia. Outro produto significativo nas exportações foi o açúcar, que constituiu 13% do total, com principais destinos na Venezuela e na Guiana.
Em termos de volume, Roraima exportou US$ 11,1 milhões em soja e derivados, representando metade das exportações totais do estado no mês. A Venezuela e a Grécia foram os principais parceiros comerciais, juntos respondendo por 81% das exportações no mês de setembro. Outros parceiros comerciais incluíram Guiana, Guiné, França, Uruguai e Bangladesh, entre outros.
Martinez ressalta ainda que, atualmente, Roraima não apenas ampliou relações comerciais com a Venezuela, mas se tornou o maior parceiro comercial do país no Brasil, superando inclusive Estados com economias mais robustas. Atualmente, com uma melhor estrutura e organização internas, o Estado tem condições para desfrutar de benefícios com esse potencial econômico.
“Roraima sempre esteve em uma posição estratégica próximo à Venezuela, que tem um grande mercado consumidor, e da Guiana, que é um potencial consumidor e porta já de entrada para o Caribe. Hoje conseguimos ampliar muito nossas relações comerciais com a Venezuela desbancando inclusive o Amazonas, que tem uma economia muito maior do que a nossa, e Estados bem maiores, como São Paulo”, disse.
As importações de setembro totalizaram US$ 2 milhões, provenientes de 24 países e envolvendo 53 produtos diferentes. Os itens de destaque nas importações foram máquinas e aparelhos de ar condicionado, oriundos da Alemanha, China e Hong Kong, além de pneus, que vieram exclusivamente da China.
Soja é destaque em produtos roraimenses exportados
A balança comercial de Roraima também apresentou um superávit de US$ 16,5 milhões no primeiro mês de 2024, com exportações totalizando US$ 18,7 milhões. No mês de janeiro, a soja e seus derivados representaram 53% do total exportado, com destaque para os destinos como Argélia, Guiana, Venezuela, Itália, Noruega e Trinidad e Tobago. Outros produtos relevantes incluíram extratos de malte, margarina e açúcares, que juntos corresponderam a 33% das exportações.
Roraima ocupa a segunda posição no ranking nacional de evolução das exportações de grãos, passando de US$ 51,13 milhões em 2019 para US$ 129,86 milhões em 2023. O estado estabeleceu relações comerciais com 20 países, com a soja sendo o principal produto, somando US$ 405 milhões em exportações de grãos.
O secretário acrescenta que crescimento das exportações em Roraima também é impulsionado pela expansão do agronegócio, especialmente pela soja e derivados, destacando que a produção no estado não só atende à demanda interna, mas também se destina ao mercado externo e que Roraima começa a avançar na exportação de produtos com maior valor agregado, como óleo de soja e bagaço.
“Um outro fator de crescimento também é justamente exportações de soja e derivados. Com o crescimento e a consolidação do agronegócio em Roraima, temos uma produção suficiente tanto para atender demandas internas quanto para exportar o grão. E deixamos de exportar o produto in natura e já começamos a industrializar esses bens, vendendo bagaço e óleo de soja, que têm mais valor agregado”, finaliza.
Roraima se destaca com a maior taxa de crescimento em uma fronteira agrícola nacional, contando com mais de 160 propriedades cultivando soja em uma área total superior a 100 mil hectares, com uma produtividade média de 57,8 sacas por hectare.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.