Mitos e verdades sobre a saúde sexual masculina


Afinal, entre tantas informações que circulam por aí, o que é realidade? Desmistificar esses mitos por trás da saúde sexual masculina é um passo importante para reduzir o estigma e a desinformação
Instituto Homem/Divulgação
A saúde sexual masculina é um tema cercado de mitos e informações distorcidas, muitas vezes propagadas pela internet e redes sociais. As chamadas “fake news” não apenas criam confusão, mas também geram inseguranças e atitudes prejudiciais entre os homens, que acabam acreditando em tratamentos ou práticas que, na verdade, pouco contribuem para seu bem-estar.
Nesta matéria, buscamos desmistificar as crenças mais populares sobre a saúde sexual masculina, oferecendo uma visão clara e baseada em evidências científicas para que os homens possam cuidar de sua saúde com mais segurança.
Mito 1: “disfunção erétil só acontece com homens mais velhos”
Uma das crenças mais difundidas é que a disfunção erétil (DE) é um problema exclusivo dos homens mais velhos. No entanto, esse é um mito que ignora fatores importantes.
A DE pode afetar homens de todas as idades e tem múltiplas causas, como o estresse, a ansiedade e o uso de substâncias como álcool e tabaco. De acordo com estudos, até 25% dos homens com menos de 40 anos já apresentaram episódios de disfunção erétil em algum momento.
“A disfunção erétil é multifatorial e, muitas vezes, reflete o estilo de vida do indivíduo. Homens jovens devem estar atentos à sua saúde física e emocional para evitar o problema”, explica o Dr. Flavio Machado, especialista em medicina sexual masculina.
Mito 2: “tomar testosterona melhora a vida sexual”
A testosterona é, de fato, um hormônio essencial para a libido masculina, mas a ideia de que o uso indiscriminado de testosterona melhora a vida sexual não é verdade.
A reposição hormonal é indicada apenas para homens com comprovada deficiência do hormônio, diagnosticada por meio de exames clínicos e avaliação médica. A automedicação pode gerar efeitos colaterais graves, como problemas cardíacos e aumento do risco de desenvolver câncer de próstata. Além disso, nem todos os casos de baixa libido estão relacionados à testosterona; fatores psicológicos, como o estresse, desempenham um papel crucial.
Mito 3: “o tamanho do pênis afeta o desempenho sexual”
Esse é um dos mitos mais antigos e persistentes sobre a saúde sexual masculina. No entanto, a ciência já comprovou que o tamanho do pênis não é um fator determinante para a satisfação sexual, tanto do homem quanto de sua parceira ou parceiro. O desempenho sexual está muito mais ligado à comunicação, à conexão emocional e à saúde geral do homem.
“A fixação no tamanho é mais um reflexo da pressão social do que uma realidade sobre o que importa na vida sexual. Estudos mostram que aspectos como a confiança e a intimidade são mais influentes no desempenho e satisfação”, comenta Dr. Flavio.
Mito 4: “medicamentos para disfunção erétil funcionam para todos”
Muitos homens acreditam que medicamentos como o Viagra e o Cialis resolvem automaticamente todos os problemas de ereção. No entanto, esses fármacos atuam apenas em problemas causados pela circulação sanguínea, como a insuficiência de fluxo sanguíneo no pênis. Em casos onde a disfunção erétil é causada por fatores psicológicos ou neurológicos, esses medicamentos podem não trazer resultados. Além disso, seu uso deve ser feito apenas com acompanhamento médico, já que podem haver interações perigosas com outros medicamentos ou condições de saúde, como problemas cardíacos.
Mito 5: “masturbação frequente causa disfunção erétil”
Esse mito é bastante popular, mas não possui fundamento científico. A masturbação não causa disfunção erétil, nem interfere na performance sexual. Ela pode ser uma forma saudável de explorar a sexualidade e reduzir o estresse, desde que praticada de forma equilibrada. No entanto, o consumo excessivo de pornografia pode alterar a percepção do homem sobre o sexo e, em alguns casos, dificultar a excitação durante interações reais. Dr. Flavio Machado ressalta que o importante é o equilíbrio.
“A masturbação faz parte da vida sexual saudável, mas os homens devem estar atentos aos exageros, especialmente em relação à pornografia, que pode influenciar negativamente a expectativa sobre o sexo real”, diz.
É importante ter uma visão clara e baseada em evidências científicas
Instituto Homem/Divulgação
Fake news: o perigo de informação distorcida na saúde sexual masculina
A circulação de fake news e desinformação sobre saúde sexual masculina é um problema crescente, segundo o Dr. Flavio.
“Muitas informações circulam nas redes sem embasamento científico, oferecendo ‘curas milagrosas’ e promessas irreais. Isso faz com que homens busquem soluções que não só são ineficazes, mas também perigosas. Precisamos conscientizar sobre a importância de buscar informações em fontes confiáveis e sempre consultar um profissional qualificado”, destaca o médico.
A conscientização sobre as fake news é fundamental para que os homens possam tomar decisões informadas sobre sua saúde. Muitos conteúdos nas redes sociais propagam, por exemplo, que certos suplementos ou “remédios naturais” são capazes de aumentar o desejo sexual ou a performance sem efeitos colaterais, mas raramente há comprovação científica sobre esses produtos, que muitas vezes são vendidos de forma irresponsável.
Verdade: a saúde física e mental andam juntas
É um consenso entre especialistas que a saúde sexual masculina não está isolada, mas depende da saúde física e mental do homem como um todo. Alimentação balanceada, prática de atividades físicas, sono adequado e cuidados com a saúde mental são peças fundamentais para manter uma vida sexual saudável. A saúde sexual, portanto, é um reflexo do equilíbrio do corpo e da mente, sendo essencial um estilo de vida saudável e consultas regulares ao médico para prevenir e tratar problemas.
Desmistificar esses mitos e entender a verdade por trás da saúde sexual masculina é um passo importante para reduzir o estigma e a desinformação. Cuidar da saúde sexual é tão importante quanto cuidar da saúde física e emocional, e buscar informações confiáveis e orientação de profissionais qualificados é fundamental. Afinal, uma vida sexual satisfatória é parte integrante do bem-estar masculino e contribui para uma vida mais saudável e feliz.
Responsável Técnico: Dr. Flavio Machado – CRM 196137
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