IBGE Fortalece Base de Dados Ambientais para Combater Mudanças Climáticas

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deu um passo significativo ao lançar a publicação “Estatísticas do Meio Ambiente e de Mudanças Climáticas: recomendações e iniciativas”. Este documento não só oferece uma perspectiva sobre os principais marcos internacionais relacionados às estatísticas ambientais, mas também enfatiza a necessidade de aprimoramento na coleta e gestão desses dados no Brasil. Com a crescente preocupação global sobre o meio ambiente, estas estatísticas se tornam vitais para embasar políticas públicas efetivas.

A diretora de Geociências do IBGE, Ivone Lopes Batista, destaca que a Comissão de Estatísticas da ONU tem incentivado institutos nacionais a melhorarem suas capacidades de gestão de dados ambientais. Este incentivo é essencial, considerando que as estatísticas ambientais cobrem uma gama multidimensional e complexa de políticas públicas. Assim, a publicação surge como uma ferramenta de direcionamento para fortalecer a governança e gestão dos dados ambientais como um patrimônio permanente para a sociedade.

Quais são os desafios na gestão das estatísticas ambientais?

A criação e manutenção de estatísticas ambientais enfrentam inúmeros desafios no Brasil. Conforme o marco legal e institucional, o processo de coleta de dados ambientais é naturalmente interdisciplinar e depende da colaboração entre diversas entidades governamentais e não governamentais. A complexidade dessa tarefa requer um modelo claro de coordenação, governança e ferramentas legais e orçamentárias adequadas.

Uma das soluções propostas é a formação de uma instância colegiada destinada à coordenação dessas estatísticas. Therence de Sarti, coordenador de Meio Ambiente, ressalta que este documento é apenas o início de um diálogo mais amplo. Nessas discussões devem participar diferentes produtores e usuários de dados ambientais, aumentando a credibilidade e a qualidade das informações geradas.

Créditos: depositphotos.com / EdZbarzhyvetsky

Quais ferramentas são utilizadas para avaliar as estatísticas ambientais?

O estudo realizado pelo IBGE contou com ferramentas da Divisão de Estatísticas das Nações Unidas, o que permitiu um levantamento preliminar abrangente das estatísticas ambientais disponíveis. Duas ferramentas-chave são utilizadas: a Essat, que se baseia no Marco para o Desenvolvimento de Estatísticas Ambientais, e a Cisat, que utiliza o Conjunto Global de Estatísticas e Indicadores sobre Mudanças Climáticas aprovado em 2022.

Essas ferramentas auxiliam na identificação das lacunas e no desenvolvimento de novas estratégias para coleta e análise de dados ambientais. A colaboração com outras instituições nacionais e internacionais é crucial para garantir que as estatísticas sejam abrangentes e confiáveis.

Qual é o papel dos usuários e produtores de dados ambientais?

O IBGE enfatiza a importância de uma abordagem participativa, convidando tanto produtores quanto usuários de dados a se envolverem no desenvolvimento de um conjunto robusto de estatísticas e indicadores ambientais adaptados ao contexto brasileiro. A estruturação adequada dessas estatísticas é fundamental para enfrentar a emergência climática e os desastres socioambientais.

Sandra De Carlo, gerente de Contas e de Estatísticas Ambientais do IBGE, destaca que ao concentrar em uma única instituição a produção de dados estatísticos e geocientíficos, o Brasil está em posição de propor um plano de ação colaborativo. Esse esforço conjunto permitirá não apenas uma abrangente cobertura temática, mas também a implementação de ações eficazes para o benefício de toda a sociedade.

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