“Próximo presidente dos EUA enfrentará déficit alarmante”, diz economista

No programa BM&C News exibido nesta segunda-feira (4), Paula Moraes conversou com o economista VanDyck Silveira sobre os desdobramentos econômicos e sociais da corrida presidencial nos Estados Unidos. Para Silveira, as eleições deste ano representam um dos momentos mais polarizados da história norte-americana, com impactos profundos tanto no cenário fiscal quanto na coesão social do país.

O economista observou que a atual disputa presidencial está marcada por uma intensa polarização. “Nunca vi algo tão acirrado nos Estados Unidos. O nível de indecisão é comparável apenas ao da eleição de 2000 entre Bush e Al Gore”, afirmou Silveira. Com a contagem de votos antecipados em estados decisivos como a Pensilvânia, ele destacou que o processo eleitoral indireto dos EUA aumenta a tensão, uma vez que cada voto antecipado tende a definir o resultado final de maneira imprevisível.

Desafios econômicos e riscos fiscais para o próximo presidente dos EUA

VanDyck Silveira apontou para o desafio fiscal que o próximo presidente dos Estados Unidos enfrentará, independentemente de quem vencer a disputa. O país apresenta um déficit fiscal elevado, alcançando 65% do PIB, um patamar muito superior a outras economias, inclusive o Brasil. “Este é um nível preocupante para a maior economia mundial”, destacou o economista, frisando que o déficit impacta diretamente o mercado global e a atratividade de investimentos.

Silveira também analisou os diferentes posicionamentos dos candidatos sobre a política fiscal. Para ele, a abordagem de Donald Trump, voltada à redução de impostos para grandes empresas e indivíduos de alta renda, pode “aumentar a inflação e elevar ainda mais a dívida americana, que já ultrapassa os 36 trilhões de dólares”. Em contrapartida, a política fiscal democrata tende a concentrar recursos em programas de transferência de renda, semelhantes aos adotados pelo Brasil, o que, segundo ele, também “pode pressionar a inflação”.

Inovação e produtividade: um alívio em meio à tensão

Apesar das dificuldades fiscais, o economista reconhece que os investimentos dos EUA em tecnologia e inteligência artificial sustentam a produtividade, o que diferencia o cenário econômico norte-americano de outros países. “Esses avanços têm impulsionado a economia e promovido ganhos de produtividade, criando um fôlego para o mercado, mesmo em um contexto polarizado e fiscalmente desafiador”, explicou.

Diante de uma perspectiva de políticas fiscais mais agressivas, Silveira acredita que os Estados Unidos enfrentarão um cenário de inflação e juros elevados a médio prazo. “É provável que tenhamos uma taxa de juros estabilizada entre 4% e 4,25%”, afirmou. Segundo ele, essa tendência coloca pressão sobre o mercado financeiro global, com efeitos que chegam ao Brasil e outras economias emergentes.

O post “Próximo presidente dos EUA enfrentará déficit alarmante”, diz economista apareceu primeiro em BM&C NEWS.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.