Como funciona o FGC e até onde ele protege o seu patrimônio

O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é uma entidade privada e sem fins lucrativos que atua para garantir depósitos e investimentos realizados em instituições financeiras do Sistema Financeiro Nacional em casos de falência ou insolvência dessas instituições. Fundado com o objetivo de assegurar a confiança no sistema financeiro, o FGC é financiado mensalmente pelas próprias instituições financeiras, que contribuem com um percentual sobre os depósitos elegíveis.

A cobertura oferecida pelo FGC é ampla e inclui modalidades de depósitos e títulos frequentemente utilizados por investidores e poupadores. Entre os itens cobertos, destacam-se depósitos à vista, contas de poupança, Certificados de Depósito Bancário (CDBs), letras de crédito imobiliário e do agronegócio (LCIs e LCAs) e operações compromissadas. A proteção oferecida é limitada a R$ 250 mil por pessoa em cada instituição financeira, até um total de R$ 1 milhão a cada quatro anos.

O que o investidor recebe em caso de intervenção

Para os investidores que se questionam sobre o valor exato recebido em caso de intervenção do Banco Central, a resposta é que o FGC cobre tanto o valor principal investido quanto os juros acumulados até a data da intervenção. O montante efetivamente recebido pode, no entanto, variar, pois o valor total pode ser sujeito a ajustes com base nas condições de mercado e no tipo de aplicação, resultando em um possível deságio ou ágio.

Em junho de 2024, o patrimônio do FGC foi registrado em R$ 132,7 bilhões, com uma liquidez de R$ 107,8 bilhões. No mesmo período, o valor total de depósitos elegíveis à cobertura do FGC chegou a R$ 4,8 trilhões, o que significa que a liquidez do fundo representava 2,27% dos depósitos elegíveis. David Martins, consultor de investimentos da MSX, comenta que esse índice de liquidez do FGC destaca a capacidade de proteção do fundo, embora sua cobertura não alcance todos os depósitos no sistema financeiro. “Esse percentual oferece uma proteção significativa, mas é importante que o investidor compreenda os limites e abrangência da garantia oferecida pelo FGC. Quando a gente fala de uma instituição de pequeno porte, mesmo que ela entre em insolvência e tenha uma intervenção do Banco Central, vai conseguir ter o pagamento tanto do principal como dos rendimentos. Agora quando a gente pega uma instituição de médio porte ou um bancão, o FGC infelizmente não vai conseguir cobrir”, analisa.

Mesmo com a proteção pelo FGC o consultor alerta que o investidor deve buscar instituições sólidas para suas aplicações. “Quem tá na renda fixa não é para correr grandes riscos. Se a rentabilidade é pouca coisa diferente de um ativo de uma inscrição mais sólida, por uma inscrição que apresenta um determinado risco, então não faz sentido tomar risco na renda fixa por um ganho muitas vezes irrelevante. O ideal é buscar previsibilidade, dentro dessa previsibilidade buscar ativos que tem uma segurança e não dependa do FGC”, aconselha Martins.

O post Como funciona o FGC e até onde ele protege o seu patrimônio apareceu primeiro em BM&C NEWS.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.