Com destaque para debêntures, empresas batem recorde de captação em 2024

As empresas brasileiras captaram um valor recorde de R$566 bilhões no mercado de capitais entre janeiro e setembro de 2024, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA). A maior parte dessa captação foi realizada por meio de emissões de dívida, como debêntures, evidenciando uma preferência das empresas pelo financiamento via crédito, em vez da venda de ações.

Para Cássio Rufino, COO e CFO da MZ, a movimentação revela a confiança das empresas no mercado de capitais mesmo diante de um cenário econômico desafiador. “Esse movimento indica que as empresas estão conseguindo, de certa forma, acessar o capital”, observou Rufino em entrevista à BM&C News, ressaltando que o interesse dos investidores, tanto institucionais quanto de varejo, reflete o amadurecimento do mercado financeiro.

Outro fator que contribuiu para esse resultado foi o papel das debêntures, que lideraram as captações, especialmente no setor de infraestrutura. Também ganharam destaque os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), que registraram 625 emissões no período. Segundo Rufino, os FIDCs “representam hoje 31% das emissões de títulos até o período acumulado de setembro”, consolidando-se como um instrumento fundamental para democratizar o acesso ao mercado de capitais.

Uma nova regulação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Resolução A175, que entrou em vigor em outubro de 2023, deve fortalecer ainda mais essa tendência. A norma permite que os FIDCs sejam acessíveis também para investidores de varejo, uma mudança que, segundo Rufino, “ampliou o público alvo desses fundos e diversificou as fontes de captação, fortalecendo ainda mais o mercado”. Com isso, as oportunidades de investimento em títulos de dívida devem se expandir, oferecendo um leque mais amplo de produtos ao mercado.

De acordo com a ANBIMA, 73% das emissões de debêntures realizadas em setembro foram adquiridas por fundos de investimento, o maior volume registrado até o momento. Essa concentração de demanda reflete a relevância das debêntures como ativos estratégicos para gestores de fundos, que buscam diversificar carteiras e otimizar retornos. A BB Asset, por exemplo, representa 32% do total de movimentações, com mais de R$7 bilhões captados.

Rufino também destacou o papel da MZ em apoiar as empresas no processo de captação, especialmente na construção de uma comunicação clara e efetiva com o mercado. “Nosso trabalho vai além de facilitar a captação de recursos. Ajudamos a estruturar essa mensagem para reforçar toda essa captação”, disse, enfatizando que uma comunicação estratégica pode ser decisiva para o sucesso das emissões.

A captação recorde no mercado de capitais, impulsionada pelas emissões de dívida, reflete não apenas a confiança das empresas em obter financiamento, mas também o otimismo dos investidores, que estão dispostos a apoiar o crescimento das empresas brasileiras. Esse movimento pode ter impactos positivos, como estímulo aos investimentos, geração de empregos e fortalecimento do crescimento econômico no Brasil.

Especialistas apostam: quais serão as próximas fusões do mercado?

O post Com destaque para debêntures, empresas batem recorde de captação em 2024 apareceu primeiro em BM&C NEWS.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.