Lula adia cortes fiscais e prioriza medidas sociais ineficientes, diz economista

O economista e sócio da Acqua Vero, Bruno Musa, participou do programa BM&C News e analisou as recentes declarações da ministra do Planejamento, Simone Tebet, sobre os cortes fiscais planejados pelo governo Lula.

Segundo Tebet, o presidente já conhece as propostas para reduzir despesas, mas a aplicação efetiva das medidas ficará para 2026, sinalizando uma abordagem cautelosa. “A equipe sabe onde não pode mexer”, declarou a ministra, deixando claro que certas áreas estão blindadas de ajustes.

Musa destacou que haverá um pente-fino em políticas sociais ineficientes, com foco em cortar benefícios indevidos, mas reconheceu que essas medidas são impopulares e enfrentam resistência interna. “Esse tipo de ajuste é uma questão de respeito com o pagador de impostos”, disse, apontando para a necessidade de maior rigor na gestão pública.

Apesar de prometer o anúncio das ações ainda em novembro deste ano, Tebet indicou que o governo não tem pressa na aprovação dos cortes. “O foco é na entrega, não na pressa de aprovação”, reforçou, o que Musa interpreta como uma tentativa de evitar desgaste político.

Para o economista, Lula enfrenta um dilema estratégico. “Historicamente, ele conquista a confiança da população com distribuição de benefícios, e agora, com a popularidade em queda e eleições próximas, dificilmente arriscará a adoção de cortes significativos”, avaliou Musa. Segundo ele, o cenário indica que, além de este ano, os cortes podem não ocorrer também em 2025, preservando a base de apoio do governo.

Bruno Musa concluiu que essa postura de adiamento demonstra uma estratégia clara do governo para evitar atritos e manter sua imagem antes das eleições. “Eles sabem que mexer nesses pontos agora não é uma decisão popular”, finalizou.

Assista a entrevista:

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