Gêmeos idênticos falam idioma único que eles criaram na infância; entenda

Idioma foi criado para mostra um forte valor sentimental, refletindo o vínculo profundo entre os YouldenReprodução/ Instagram Superpolyglotbros

Os gêmeos idênticos Matthew e Michael Youlden, de Manchester, Inglaterra, decidiram criar uma nova nova língua: o Umeri

Essa língua exclusiva,  falada apenas pelos dois, representa um vínculo especial e único entre os irmãos e possui uma “data de validade” – deverá desaparecer com eles, já que não há outros falantes no mundo.

Criar uma língua pessoal foi parte do crescimento dos irmãos, que aprenderam simultaneamente o inglês e o Umeri enquanto crianças. 

Os irmãos Youlden não são apenas falantes de sua língua pessoal, mas também dominam outras 26 idiomas, como mandarim, francês, italiano, espanhol, holandês e até basco. Conhecidos como Superpolyglotbros no Instagram, eles compartilham sua trajetória como poliglotas e entusiastas linguísticos. 

A criação de Umeri começou como um diálogo informal entre eles antes de desenvolver uma forma de escrita. Contrariando um estereótipo comum, os irmãos afirmam que não inventaram a língua para conversar em particular, mas como parte de um processo natural de crescimento compartilhado.

“Umeri não é apenas uma linguagem para manter as coisas privadas”, explicaram os gêmeos à BBC. Para eles, o idioma tem um forte valor sentimental, refletindo o vínculo profundo entre ambos.

Idiomas dos gêmeos

O fenômeno de irmãos gêmeos criarem sua própria forma de comunicação é mais comum do que se imagina. Estudos sugerem que cerca de 50% dos gêmeos desenvolvem uma linguagem particular, ainda que muitos a abandonem com o passar dos anos.

A diretora do Twin Studies Center da California State University, Nancy Segal, descreve esse fenômeno como “fala privada” em seu livro *Twin Mythconceptions*. Segal explica que cerca de 40% das crianças gêmeas se envolvem em alguma forma de “fala de gêmeos”.

Matthew compartilha que alguns gêmeos param de usar essas línguas secretas ao ficarem mais velhos, possivelmente por vergonha. Ele compara o fenômeno a minorias linguísticas, observando que quem fala uma língua menos comum na região onde vive tende a evitá-la em público, receoso de julgamentos. No caso dos Youlden, os familiares costumam reagir com desconforto ao ouvirem o Umeri. “Eles reclamam: ‘Estão fazendo a coisa da língua de novo’”, lembra Matthew.

Os irmãos Youlden têm mantido viva sua língua secreta ao longo dos anos, e, para eles, falar Umeri é parte de quem são.

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