IBOV enfrenta pressões externas e fiscais: Tendências e riscos

O desempenho do IBOVESPA segue pressionado por fatores internos e externos, segundo André Machado, CEO do projeto “Os 10%”. Em entrevista, ele destacou como o comportamento das commodities, as incertezas políticas e os sinais emitidos pelo mercado norte-americano estão influenciando diretamente o índice brasileiro.

Machado observou que a volatilidade nos preços do petróleo e do minério de ferro, afetados pela economia chinesa, tem puxado para baixo ações de peso, como Petrobras e Vale. “O IBOVESPA responde rapidamente às flutuações globais, e com o cenário fiscal doméstico agravado, a tendência é de retração”, explicou.

Além disso, Machado apontou o uso da técnica de Fibonacci para avaliar movimentos de retração do mercado, destacando que o IBOV trabalha frequentemente em torno do nível de 50%. “Com a alta recente até os 131 mil pontos, alertamos sobre a possibilidade de reversão, o que se confirmou”, acrescentou.

O CEO também comentou a expectativa de novos dados fiscais e a possibilidade de cortes de gastos pelo governo. No entanto, ele foi cético quanto ao impacto de tais medidas: “Mesmo que algum pacote de cortes seja anunciado, o efeito será curto. Nosso problema fiscal é mais profundo e estrutural.”

No cenário internacional, Machado enfatizou a influência dos dados econômicos dos Estados Unidos e das eleições no comportamento do mercado. Ele apontou que as incertezas sobre os próximos passos do Federal Reserve afetam não apenas o dólar, mas também o IBOV. “Com o dólar se fortalecendo, especialmente após romper resistências importantes, a tendência é que a moeda americana continue pressionando o real, ainda mais com o cenário fiscal brasileiro instável”, alertou.

Por fim, ele destacou que os próximos dias serão decisivos para definir se o dólar continuará sua trajetória de alta ou se haverá uma correção. “O mercado está aguardando os dados do PCE e os desdobramentos das eleições americanas. Essas variáveis definirão a direção do IBOV e da taxa de câmbio nos próximos meses”, concluiu Machado.

Assista a entrevista:

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