Agropecuarista matou cunhado após levar tapa no rosto durante briga por herança, conclui polícia


Agropecuarista foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil e por dificultar a defesa da vítima. Polícia pediu que a prisão dele seja convertida em preventiva. Juliano Peterson Souza Durigon (à esquerda), a vítima, e Vanderley Sousa Cruvinel (à direita), o supeito – Goiás
Divulgação / Polícia Civil
A Polícia Civil indiciou por homicídio qualificado o agropecuarista Vanderley Sousa Cruvinel, de 49 anos. A investigação concluiu que ele matou o cunhado Juliano Peterson Sousa Durigon, de 46, após levar um tapa no rosto durante mais uma das diversas discussões que tinham por herança, em Rio Verde, no sudoeste goiano.
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A defesa de Vanderley disse que ainda não foi informada sobre a conclusão do inquérito e, por isso, não vai se manifestar. Em outras oportunidades, o advogado Jefferson Silva Borges disse apenas que o cliente está colaborando com as autoridades, “confiantes de que a verdade será devidamente apurada”.
A investigação foi concluída e enviada ao Poder Judiciário na manhã desta terça-feira (29). O delegado Adelson Candeo informou que o agropecuarista foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil e por dificultar a defesa da vítima.
A polícia também pediu que a prisão temporária contra o agropecuarista seja convertida em preventiva. Vanderley está preso desde o dia 9 de outubro, um dia depois do crime, quando foi localizado às margens da GO-050, na mata próximo à fazenda onde mora.
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Motivação
Para a polícia, o que motivou o crime foram as brigas constantes entre os dois homens por conta de uma herança. Mas, a causa imediata, que resultou na confusão final com a morte de Juliano, foi causada por um tapa no rosto
“A causa imediata do crime seria uma discussão verbal entre autor e vítima com um suposto tapa desferido pela vítima no autor. O que motivou a discussão seria a disputa de herança, contendo um imóvel rural, ainda em fase de inventário”, detalhou o delegado.
A herança deixada pelo pai de Vanderley e sogro da vítima foi uma fazenda, cuja divisão aproximada seria de cerca de dez alqueires para cada herdeiro, o que daria aproximadamente R$ 4,5 milhões. Segundo o delegado, o agropecuarista não considerava justo que a vítima tivesse direito a parte da herança e eles ficavam discutindo o valor apropriado.
De acordo com o delegado, em outra ocasião, a vítima já havia agredido o pai de Vanderley e o irmão dele. Em 2016, o agropecuarista chegou a registrar uma ocorrência na polícia em que falava das agressões de Juliano contra o irmão dele.
“As discussões determinantes são por conta de divisão de valor de herança, por conta do cheque e por conta da vítima falar sempre mal da família do autor e querer a herança do pai do autor, de quem ele tanto falava mal. Ele falar mal de quem justamente ele queria valores de herança é que geraram o grande problema”, disse o delegado
Relembre o crime
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O crime aconteceu em uma terça-feira, 8 de outubro. Os dois homens chegaram a se cumprimentar pela família, mas logo voltaram a uma discussão antiga. Eles moravam em fazendas vizinhas, divididas por uma cerca.
A esposa da vítima, que é irmã de Vanderley, foi testemunha do crime. De acordo com o delegado, ela disse que “percebeu o irmão indo em direção ao marido dela com uma arma e dizendo: ‘Vou te ensinar a bater na cara de homem’”.
Juliano correu do suspeito e entrou em uma caminhonete, mas bateu em uma árvore ao tentar manobrar o veículo. Com isso, a porta do lado do motorista não abriu mais e o Vanderley passou a atirar contra o carro.
Mesmo diante dessa situação, a vítima saiu da caminhonete pela porta do passageiro e correu, segundo o relato da esposa. Mas foi atingido por um tiro no tórax e morreu.
A arma utilizada no crime era legalizada e registrada, e foi apreendida. Em depoimento, o agropecuarista confessou o crime.
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