Veja o que é #FATO ou #FAKE nas declarações de Eduardo Paes em entrevista ao RJ1


Candidato à reeleição falou de suas propostas para cidade. Eduardo Paes em entrevista ao RJ1
Reprodução
O RJ1 entrevistou nesta terça-feira (24) o prefeito do Rio e candidato à reeleição Eduardo Paes (PSD).
Foram convidados os cinco candidatos mais bem posicionados nas pesquisas, desde que tenham alcançado 5% ou mais na pesquisa de intenção de voto Datafolha, divulgada no dia 19 de setembro — no caso do Rio, apenas três candidatos atenderam a essas regras.
A ordem e os critérios das entrevistas foram definidos em sorteio, na presença de representantes das candidaturas.
Na quarta (25), o entrevistado será Tarcísio Motta (PSOL). O candidato do PL, Alexandre Ramagem, foi entrevistado na segunda (23).
Todas as entrevistas ficarão disponíveis na íntegra no Globoplay.
A equipe do Fato ou Fake checou algumas das principais declarações. Leia:
“Pegamos um déficit de R$ 6 bilhões e duas folhas de salário para recuperar [quando assumiu o terceiro mandato, em 2021]”.
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A declaração é #FATO. Veja por quê: Em apresentação das contas públicas realizada em julho de 2021, a prefeitura fez um raio-x das contas municipais. Naquele episódio, o deputado Pedro Paulo, até então Secretário de Fazenda, afirmou ter recebido da gestão Marcelo Crivella duas folhas de pagamento a mais para pagar aos servidores – salários de dezembro de 2020 e 13º do mesmo ano, que juntos somam R$ 2,4 bilhões –, além de R$ 360 milhões em precatórios e o que a atual administração chamou de calote em 2.820 fornecedores. O secretário de Fazenda também afirmou que, em janeiro daquele ano, assumiu o caixa da prefeitura com R$ 11,9 milhões e um déficit de R$ 6 bilhões.
“O governo do Estado, governo anterior, fez a Linha 4 do Metrô chegar na Barra da Tijuca: 16 km por, valores nominais, da época, R$ 9 bilhões. No mesmo prazo, nós fizemos Transoeste, Transcarioca e Transolímpica por R$ 5 bilhões, 124 km, quase 10 vezes mais do que o metrô foi”.
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A declaração é #FATO. Veja por quê: A linha 4 do metrô do Rio foi inaugurada em 30 de julho de 2016, com 16 quilômetros de extensão. Ela liga a Zona Sul à Zona Oeste. Apesar de projetos anteriores, que começaram nos anos 90, a construção só saiu do papel em junho de 2010, como parte das obras de mobilidade com foco na Olimpíada. As obras consumiram cerca de R$ 9 bilhões e duraram, portanto, seis anos e quatro meses. Ao somar os custos das obras e a quilometragem oferecida no BRT, os dados também estão certos. O custo total, das três obras, ficou em cerca de R$ 5 bilhões, como afirmado pelo candidato, e a extensão chega a 124 quilômetros.
As obras do BRT são separadas da seguinte forma:
Transoeste: O BRT Transoeste foi o primeiro a sair do papel. A primeira etapa foi inaugurada em junho de 2012, dois anos após o início, em 2010. Depois, em 2016, uma segunda parte foi entregue. As estações somam 59 quilômetros. O corredor faz a ligação entre Barra da Tijuca e Santa Cruz, na Zona Oeste. Segundo dados da época da prefeitura do Rio, o investimento na implantação do corredor foi de R$ 900 milhões.
Transcarioca: O BRT Transcarioca liga a Barra da Tijuca à Ilha do Governador (Aeroporto Internacional Tom Jobim) e tem 39 quilômetros de extensão. O corredor foi inaugurado em junho de 2014, três anos e três meses após o início das obras, em março de 2011. O Transcarioca foi construído em duas etapas: a primeira, da Barra da Tijuca à Penha, custou pouco mais de R$ 1,1 bilhão. O segundo trecho, entre a Penha e o aeroporto, custou R$ 780 milhões.
Transolímpica: Liga Recreio a Deodoro, somando 11 regiões da Zona Oeste. Ao todo, a via possui 26 quilômetros de extensão. As obras da Transolímpica receberam investimento de R$ 2,2 bilhões, segundo balanço da prefeitura. O modal foi inaugurado em julho de 2016, quatro anos após o início, que ocorreu em julho de 2012.
“Nós fizemos, ao longo deste mandato, 25 mil vagas em creches, praticamente zeramos o déficit”.
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A declaração é #FATO: Veja por quê: Em outro momento da sabatina, o prefeito Eduardo Paes (PSD) destacou que o Rio vive um déficit de sete mil vagas em unidades de ensino municipal para crianças de 0 a 3 anos. Mesmo com o gargalo na educação infantil, a Prefeitura do Rio afirma ter realizado 25 mil novas matrículas entre 2021 e 2024. O período compreende a atual gestão de Paes. Com o montante somado no último mandato do candidato à reeleição, são 100 mil vagas totais no município, também segundo a prefeitura.
No início do mês, em compromisso de campanha, Eduardo já havia citado o mesmo dado. Na agenda, uma visita ao Espaço de Desenvolvimento Infantil Professora Terezinha Saraiva, em Curicica, ele também comentou sobre a insuficiência de vagas. “Nós criamos nesse mandato quase 25 mil vagas em creches. A nossa proposta é criar mais de 13 mil vagas. O déficit hoje é o menor da História. É um déficit de sete mil vagas. Mas óbvio que qualquer déficit é inaceitável”, disse o prefeito na ocasião.
“A rede pública municipal é a maior do Brasil, 650 mil crianças, mil e seiscentas escolas”
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#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: De acordo com o Censo Escolar, elaborado pelo Ministério da Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), de 2023, a rede municipal de São Paulo é maior que a do Rio e, consequentemente, a maior do Brasil. Os dados também foram reproduzidos pelo Todos pela Educação. Em São Paulo são mais de 1 milhão de estudantes na rede municipal em 3.716 escolas, sendo 1.533 na administração direta e 2.183 unidades conveniadas. Já na cidade do Rio são 656.924 estudantes, sendo 1.860 escolas. Dessas, 1.550 tem administração direta e 310 conveniadas. A assessoria do candidato informa que “o Rio de Janeiro possui a maior rede de escolas próprias (unidades) do Brasil. De acordo com os dados do Ideb, existem 1557 unidades escolares no Rio e 1533 unidades em São Paulo. A cidade de São Paulo apenas ultrapassa o Rio quando são calculadas as ‘unidades escolares conveniadas’ (que não são próprias) como parte da rede”.
“Todos os meus anos como prefeito eu dei reajustes [para os servidores]”
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A declaração é #NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: A atual gestão de Eduardo Paes compreende o período de 2021-2025 e no primeiro ano de seu mandato não houve reajuste para os servidores por dois motivos: o orçamento municipal, onde estão previstos os gastos públicos, é elaborado no ano anterior ao de sua execução. Ou seja, o reajuste teria de ser previsto pelo seu antecessor, Marcelo Crivella (PRB). Além disso, a Lei Complementar nº 173/20, que estava em vigor no país, impediu que os municípios concedessem reajuste devido à pandemia da Covid-19.
Em 2022, a Lei Orçamentária Anual da prefeitura do Rio de Janeiro foi aprovada pela Câmara de Vereadores sem destinar recursos para a recomposição salarial dos servidores municipais. No fim daquele ano, com o fim da restrição imposta pela Lei Federal, a Prefeitura anunciou uma recomposição salarial de 5,35% aos servidores públicos a partir de janeiro de 2023.
Em 2023, o reajuste foi de 5,26% para cerca de 211 mil servidores ativos e inativos, mas o pagamento do incremento passou a constar no salário de março de 2024, a ser pago em abril.
A correção dos salários de funcionários da Prefeitura do Rio é feita com base no IPCA-E, que representa o acumulado trimestral do IPCA-15, conhecido como a prévia da inflação.
Participaram dessa checagem: Gabriela da Cunha, Marco Antônio Martins, Pedro Bohnenberger, Rayane Rocha e Roney Domingos.
Eduardo Paes (PSD) é entrevistado no RJ1; veja a íntegra
Fato ou Fake explica:
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