Brasileiro morto em incêndio em Portugal morava havia 5 anos na Europa e tinha o sonho de ser comediante


Incêndios no país deixaram cinco mortos, incluindo o brasileiro Carlos Eduardo Neves. Autoridades portuguesas investigam possíveis falhas de segurança no local de trabalho. A história do brasileiro vítima dos incêndios florestais em Portugal
Tufões em países da Ásia, inundações na Europa Central e incêndios florestais em Portugal. Nesta semana, o mundo acompanhou uma série de eventos climáticos extremos, resultando em várias vítimas.
Em Portugal, especialistas informaram que, em apenas dois dias, houve mais áreas queimadas na região do que no restante do ano.
O tempo seco e os ventos contribuíram para a propagação dos incêndios, que, só na última segunda-feira, somaram mais de 100 focos, a maioria na parte central do país.
Cinco pessoas morreram em Portugal, entre elas o brasileiro Carlos Eduardo Neves. Ele encontrou esse cenário de filme quando saiu para trabalhar naquela segunda-feira, em Albergaria-a-Velha, na região de Aveiro.
“Por volta das 7h20 da manhã, ele me mandou alguns vídeos, com o fogo já próximo das máquinas de onde ele deveria ir trabalhar. Eu fiquei um bocado preocupada”, disse Juliana Almeida, namorada dele.
Incêndios matam 7 pessoas em Portugal
Reprodução/TV Globo
Anny Justino, irmã de Carlos Eduardo, mora na Suíça e teve que ir de carro até Portugal devido aos incêndios. Ela viajou um dia após saber da morte do irmão. “O avião não podia decolar por causa da fumaça intensa e do fogo”, disse ela.
Carlos era funcionário de uma empresa de exploração florestal e foi ao local com outros colegas para recuperar alguns equipamentos que corriam o risco de serem atingidos pelas chamas.
O corpo dele foi encontrado perto de uma caminhonete que ele usava para ir ao trabalho. “Deixaram essa pessoa ir de encontro à morte, ao perigo. Não o protegeram. Deram a chave da caminhonete e o deixaram ir”, disse a namorada.
A empresa onde Carlos trabalhava tinha autorização para retirar madeira na área onde ocorreu o incêndio. A polícia portuguesa investiga se o brasileiro e os colegas foram forçados pelos patrões a ir até lá — os responsáveis da empresa negam essa versão.
Sonho de ser comediante
Carlos era de Recife e, desde que chegou a Portugal, havia 5 anos, teve várias ocupações antes de entrar na empresa de exploração florestal.
Nas redes sociais, ele aparecia dançando e fazendo piadas, como em um vídeo exibido no Fantástico, em que Carlos falava sobre as diferenças entre o português falado em Portugal e no Brasil. “Ele era muito alegre. Ninguém ficava triste ao seu lado”, lembra a irmã.
“O sonho dele era gravar umas canções em Portugal e conseguir fazer espetáculos na área de comédia que era aquilo no que ele era muito engraçado, muito bom”, disse
Ele, inclusive, chegou a ser entrevistado em um programa de uma TV local para falar sobre seu sonho.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil lamentou a morte de Carlos Eduardo e das outras pessoas atingidas pelos incêndios em Portugal.
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