Ataque a hospital em Gaza deixa centenas de mortos: o que se sabe até agora

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Bombardeio matou ao menos 500 pessoas que recebiam tratamento e abrigo no hospital, localizado no norte da Faixa de Gaza, região sob aviso de evacuação por parte de Israel. Para a Organização Mundial de Saúde, evacuação é ‘impossível’. Pessoas feridas são levadas ao hospital depois que ataque aéreo israelense atingiu um hospital, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas
REUTERS
Um ataque aéreo atingiu, nesta terça-feira (17), o hospital Ahli Arab, na cidade de Gaza, no norte da Faixa de Gaza, matando ao menos 500 pessoas, segundo o Ministério da Saúde da Palestina. A Palestina atribui o ataque a Israel.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram que de acordo com “informações de inteligência” a “organização terrorista da Jihad Islâmica é responsável pelo bombardeio que falhou e atingiu o hospital”.
O que se sabe sobre o hospital e sobre o ataque:
De acordo com autoridades palestinas, Israel foi responsável pelo ataque.
Segundo o Ministério da Saúde palestino, centenas de vítimas continuam debaixo dos escombros do edifício.
As Forças de Defesa de Israel afirmaram que, “pela análise do sistema operacional”, um “míssil inimigo” em direção a Israel “passava pelas proximidades do hospital quando o hospital foi atingido”. Israel atribui o ataque à Jihad Islâmica, rival do Hamas.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que “terroristas bárbaros em Gaza” que atacaram o hospital, “não a IDF”.
O Ahli Arab, o mais antigo de Gaza, fundado em 1882, é um hospital missionário cristão, administrado pela Diocese Episcopal de Jerusalém.
A instituição estava atendendo centenas de pessoas, além de servir de abrigo para civis que fugiram de suas casas em meio aos bombardeios israelenses.
Vários países e organizações condenaram o ataque.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que os primeiros relatos indicam “centenas de mortos e feridos”.
“Nós clamamos pela proteção imediata de civis e do cuidado de saúde, e para as ordens de evacuação serem revertidas”, disse Adhanom.
Segundo a OMS, o hospital é um dos 20 impactados pela ordem israelense de evacuação. No início desta semana, Israel emitiu um aviso para que todos os moradores do norte da Faixa de Gaza, incluindo a cidade onde fica o hospital, deixassem a região.
Para a entidade, a ordem de evacuação é “impossível” de ser cumprida, considerando a “insegurança, condição crítica de muitos pacientes, falta de ambulância, equipe, equipamento e disponibilidade de abrigo alternativo”.
Segundo a organização Amigos Americanos da Diocese Episcopal de Jerusalém, que apoia o hospital, o centro de diagnóstico e tratamento de câncer da instituição já havia sido atingido por bombardeio israelense no último dia 14, ferindo quatro funcionários do hospital.
Centenas morrem em ataque a hospital na cidade de Gaza
Países e organizações se posicionam sobre o ataque
De acordo com a agência de notícias palestina WAFA, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, determinou um período de luto de três dias após o ataque. Abbas também cancelou o encontro que teria nesta quarta-feira (18) com o presidente dos Estados Unidos Joe Biden, de acordo com a Al Jazeera.
O Ministério do Exterior do Egito disse que Israel deve “parar imediatamente com essa política de punição coletiva contra o povo de Gaza”, em referência ao ataque ao hospital. O órgão egípcio denunciou, ainda, o que chamou de “ataque deliberado a alvos civis em violação do direito internacional e dos valores mais básicos de humanidade”.
O Ministério de Relações Exteriores do Catar também condenou o ataque. “A expansão dos ataques de Israel sobre a Faixa de Gaza incluí hospitais, escolas e outros centros da população em uma escalada perigosa”, diz o comunicado.
No X (antigo Twitter), o presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan disse que o ataque é “o exemplo mais recente dos ataques de Israel desprovidos do valores humanos mais básicos”.
Um líder do Hamas, grupo terrorista que controla a Faixa de Gaza, afirmou que os Estados Unidos são responsáveis pelo ataque ao hospital.
“Os Estados Unidos tem responsabilidade pelo ataque por causa da cobertura que dá para a agressão israelense”, disse Ismail Haniyeh, segundo a Al Jazeera.

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