Dia das mães: cinco mulheres contam como o amor incondicional aos filhos mudou suas vidas

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Independente do tempo, dos preconceitos ou da falta de ajuda, cinco mães de Campo Grande tiveram as vidas “completadas” ao gerar e cuidar dos filhos. Mãe solo. Mãe atípica. Mãe portadora de HIV. Mãe de anjo. Mulheres que tiveram as vidas completamente transformadas pelo amor incondicional aos filhos. É dessa maneira que Helen, Denise, Elizângela, Raíza e Danielle descrevem a vida após a maternidade.
No Brasil, 14 milhões de famílias são chefiadas por mulheres e a campo-grandense Helen Felizardo faz parte dessa estatística. Formada em administração, Helen realizou o sonho de ser mãe quando tinha 33 anos, porém o roteiro não foi como ela planejava.
Um ano e meio após o nascimento de João Pedro veio o diagnóstico de paralisia cerebral e, logo em seguida, o transtorno do espectro autista. Desafios difíceis que ela teve que enfrentar como mãe solo.
“Eu tive que sair do meu emprego para assumir totalmente o João e ultimamente tem sido difícil, principalmente por causa do preconceito que infelizmente existe em nosso meio. A única coisa que eu quero é que Deus me dê forças e saúde para que eu possa cuidar do meu filho”, relatou Helen.
Helen Felizardo abriu um bazar de roupas femininas para poder cuidar do João e também alimentar a casa
Vivian Krajewski/Morena FM
Para algumas mulheres, a garra de ser mãe surge de outras formas. Uma gravidez aos 50 anos, por exemplo.
Assim como o caso raro da atriz Cláudia Raia. Em Campo Grande Denise Moraes, uma funcionária pública de 63 anos, engravidou na menopausa.
“Foi uma surpresa, eu estava fazendo tratamento para menopausa, ai parei de tomar anticoncepcional. E assim, achando que nunca ia ter filhos, resolvi fazer um exame por desencargo de consciência e foi quando descobri. Eu levei um baita susto, agradeci a Deus e foi uma excelente gravidez. Hoje minha filinha linda tem 18 anos”, contou Denise.
Apesar do susto, para Denise a filha é a maior alegria de sua vida
Arquivo pessoal
Assim como Denise, a professora Elizângela Cintra também levou um susto ao descobri que, com 41 anos, seria mãe pela segunda vez.
“Foi um susto! Nossos pensamentos vão à mil, surge um turbilhão de pensamentos principalmente com algum risco para o bebê. Mas graças a Deus é uma menina super saudável. Não vi problema algum em ter filhos com a essa idade, o que muda mesmo é a nossa disposição, já não é a mesma de quanto tinha 30 anos”, brincou a professora.
Elizangela contou ao g1 que se cuidou muito durante toda a gestação e sua filha chegou ao mundo muito saudável
Arquivo pessoal
Assim como o preconceito da idade, também existem aquelas que enfrentam o preconceito da doença. Esse é o caso da médica veterinária Raíza Medeiros, portadora de HIV que completou a vigésima semana de gestação, aos 33 anos.
“Hoje é algo que eu não viveria sem. É uma menina e estou ansiosa para conhecê-la. Em relação ao preconceito, eu sou muito tranquila e acredito que as pessoas ao meu redor conhecem a minha história e também estão felizes com essa benção. Não deixo que isso me incomode ou atrapalhe minha alegria”, falou a futura mamãe.
Raíza não poderia estar mais feliz!! Mesmo grávida, ela não deixou de praticar atividade física e não vê a vida dela sem a bebê
Arquivo pessoal
Também existem mães muito guerreiras que vivem por ai com uma dor cortante no peito, essas são as mães de anjos. A fotógrafa Danielle Oliveira, de 40 anos, perdeu a filha para o câncer e procurou superar o luto através do esporte.
“Descobri um câncer na Geovanna quando ela tinha 4 anos. Buscamos tratamento e cirurgia mas, infelizmente, 9 meses depois da descoberta do tumor renal ela veio a falecer”, contou a mãe ao g1.
Danielle afirma que viver esse luto não foi nada fácil e a dor era como se uma parte dela tivesse sido arrancada. Após dois anos e muito sofrimento a mãe em luto foi convidada a participar de uma corrida de cinco quilômetros, que mudou sua vida.
“Quando eu participei dessa corrida foi muito difícil. Nessa prova eu chorei muito e decidi que queria isso para a minha vida. Comecei a me inscrever em todos os tipos de prova”, relatou Danielle.
Com muita força e amor pela filha, Danielle teve a vida transformada no esporte
Vivian Krajewski/Morena FM
Do luto à superação em cada prova de vida, hoje Danielle coleciona 80 medalhas e já participou até da São Silvestre.
“Antes da Geovanna falecer eu prometi à ela que nunca a deixaria esquecida. Quando ela estava dentro do CTI comecei a fazer meus diários e agora já estou concluindo o livro que quero publicar ainda esse ano. O ‘Pra sempre Geovanna’”.
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