Dois dedos de prosa

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Não sei se você que está aí lendo este texto se dá conta da peleja que é colocar um livro no mundo. Quase sempre, mal suspeitamos do que ferve no caldeirão onde vai se preparar aquela leitura que nos traz conhecimento, que nos permite uma pausa do mundo ou que aquece nosso coração. Isso porque a cadeia produtiva do livro implica uma gama de funções e frentes de atuação que, desde a compra e venda de papel até as estratégias de divulgação e distribuição, tomam forma nesse fantástico e ancestral objeto cultural chamado livro.

Como se sabe, cabe à figura do editor orquestrar essas ações e relações e fazer com que sua aparente algaravia soe como música no final. Agora imagine atrelar um ingrediente a mais a esse complexo: a de autores que, geralmente não tendo lugar privilegiado – isto é, não estão nas prateleiras das grandes livrarias ou nas listas de mais vendidos, por exemplo – nem por isso deixam de buscar um lugar ao sol no mercado livreiro e, a fim de se auto publicar e publicar aqueles que gostariam de ler, tornam-se a si mesmos os responsáveis pela publicação.

Assim surge a figura do autor-editor.

Já faz um tempo que ando me dedicando a essa figura, pesquisando os caminhos que fizeram e fazem com que determinados sujeitos (poetas, jornalistas, romancistas etc.) sejam responsáveis não só pelo texto que assinam como também pelo livro que publicam. Não só escrevem, também agitam a cidade.

Em Natal, há um número significativo de selos editoriais mobilizados por essas figuras, desde aqueles cuja labuta tem mais tradição (como a Editora Flor do Sal, de Adriano de Sousa e Flávia Assaf, ou a Sol Negro Edições, de Márcio Simões, entre outros) aos mais recentes nessa empreitada editorial (como o sebista Oreny com seu Gajeiro Curió ou a poeta Gessyca Santos e sua Anzóis Produtora, por exemplo).

Para saber mais sobre a experiência de ser autor e simultaneamente editor, o Departamento de Letras e a Pró Reitoria de Extensão da UFRN promovem o evento DOIS DEDOS DE PROSA: RODAS DE CONVERSA COM AUTORES-EDITORES. Serão duas ocasiões para conhecer um pouco mais sobre os acordos e os embates, as alegrias e as dificuldades, desfrutar, enfim, um pouco das aventuras e desventuras que movem essas figuras peculiares em seus ofícios (que são também suas paixões).

Alguns casos de selos de autores que decidiram também atuar como editores: Caravela, Flor do Sal, Escribas, Insurgências Poéticas, Queima Bucha, Sol Negro e Ciropedia.
Alguns casos de selos de autores que decidiram também atuar como editores: Caravela, Flor do Sal, Escribas, Insurgências Poéticas, Queima Bucha, Sol Negro e Ciropedia.

Se você tem interesse nessa prosa, anote aí na sua agenda:

Dia 23 de maio de 2023 (terça-feira), às 20h: conversa com Rita Machado (Giro Selo Editorial Artístico), Thiago Medeiros e Marina Rabelo (Insurgências Poéticas Sarau, Coletivo e Selo Literário) e Osair Vasconcelos (Z Editora).

Dia 26 de maio (sexta-feira), às 10:30: conversa com Victor H. Azevedo e Ayrton Badriah (Muganga Edições) e José Correia (Caravela Selo Cultural).

As conversas acontecerão no Auditório do Instituto Ágora, no Campus da UFRN, e a entrada é gratuita, com direito ainda a sorteio de livros.

Tod@s convidad@s!

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