Filha filma pai urinado e amarrado à cama em UPA de Ribeirão Preto: ‘Dói o coração da gente’

Manicure afirma que funcionários da UPA Oeste tratam com descaso idoso de 72 anos, que tem câncer e precisa de cuidados paliativos. Filha diz que pai, de 72 anos, fica sujo de urina e fezes na UPA Oeste de Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
Desde terça-feira (3), a manicure Érica Soares Rodrigues vive um drama com o pai, de 72 anos, internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Oeste em Ribeirão Preto (SP). Ela afirma que os funcionários negligenciam o idoso, que precisa de cuidados paliativos por causa de um câncer.
Érica fez um vídeo para mostrar a situação e publicou nas redes sociais. Nas imagens, Homero Rodrigues aparece amarrado a uma cama, urinado e se contorcendo de dor. Segundo ela, não foram dados calmantes para a agitação ou analgésicos.
“É uma situação muito dolorosa. Meu pai trabalhou a vida inteira, paga imposto e ter que viver essa situação no fim da vida é triste. Dói o coração da gente. Eu quero uma vaga [no hospital] pra ele não ficar sofrendo tanto”, diz.
O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Ribeirão Preto e aguarda um posicionamento sobre a reclamação.
Internação
Érica conta que o pai tem metástase e levado à UPA Oeste de ambulância na terça-feira, onde permanece internado.
“Identificaram que ele estava muito debilitado. Ele está com obstrução no pulmão direito, líquido no esquerdo, obstrução no intestino. Foram deixando lá até sair uma vaga para o HC”, afirma.
Idoso de 72 anos precisa de cuidados paliativos, mas filha reclama de atendimento desumanizado na UPA Oeste de Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
Apesar de ter sido informada do pedido de vaga, nenhuma transferência aconteceu até este sábado (7). No decorrer da semana, o quadro de saúde de Homero piorou, segundo a filha. A forma como o pai, doente desde 2019, tem sido tratado é o que a deixa mais estarrecida.
“Fizeram lavagem no meu pai e deixaram meu pai muito tempo sujo de fezes, por umas quatro horas. Eu ia lá pedir para limpá-lo, porque estava muito sujo, vazando, muito mau cheiro, e os funcionários diziam que ele ia fazer mais. Eu comprei um monte de fraldas, precisa ela ficar fazendo cocô em cima de cocô? Não precisa disso. ‘Mas é assim’, a resposta. Muito sem educação.”
Na sexta-feira, o idoso foi diagnosticado com Covid e precisou ser levado a uma área de isolamento, o que, segundo Érica, só piorou a situação.
“Não me deixaram ficar com ele, mas ninguém cuida. Meu pai pede água toda hora, dá sede nele, e ninguém está lá. Eu fiquei teimando. O isolamento é uma área bem afastada de onde eles [enfermeiros] ficam, e aí que eles não vão mesmo. Muita sujeira, xixi. Eu não consigo trocar ele sozinha, ele é muito pesado. Só que elas demoram demais. Aí eu filmei, para mostrar a situação. Ele estava muito agitado, e amarram ele. Pedi para darem um calmante e nada.”
Érica insiste que o pai seria melhor tratado se estivesse em um hospital, mas a única resposta que recebe é que não há vaga.
“Ficam falando que não tem vaga. O médico veio falar pra mim que a vaga para isolamento é mais difícil ainda de sair, mas ele não estava com Covid desde terça-feira. Ontem que meu pai foi para o isolamento. Pegou Covid lá dentro. Ele está muito fraco e delirando.”
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